O ex-presidente Michel Temer afirmou que o também ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser incluído em uma articulação para as eleições de 2026, envolvendo governadores de oposição, caso haja consenso entre os envolvidos. A declaração foi feita após Temer sugerir uma união para 2026 sem mencionar diretamente o nome de Bolsonaro. Deysi Cioccari e Cristiano Beraldo comentaram.
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00:00O ex-presidente Michel Temer voltou a falar sobre uma possível aliança de governadores para a eleição presidencial em 2026.
00:08O Bruno Pinheiro está de volta e explica os detalhes para a gente. Bruno.
00:15Oi, Soraya. Explico, sim, essas declarações de Michel Temer ao jornal O Globo.
00:20Na verdade, essas falas diretas sobre as eleições de 2026.
00:25Recentemente, Michel Temer fez uma fala sem citar o nome de Jair Bolsonaro, que também é ex-presidente da República.
00:33Mas ele acabou indicando que seria viável uma aliança entre os governadores para uma disputa em 2026.
00:42Ele chegou a citar também o nome do governador de São Paulo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, Ratinho Júnior, Ronaldo Caiado e também Romeu Zema.
00:54O ex-presidente Michel Temer disse que ele chegou a falar de forma acidental, mas na sequência os governadores começaram a falar com ele.
01:04E ele disse que seria simplesmente eles chamarem uma reunião para ter um planejamento, ou seja, para 2026 começarem a se articular e lá na frente ver qual o nome vai se viabilizar, vai conseguir chegar com essa chance de de fato se tornar um candidato.
01:24E se caso Jair Bolsonaro tiver interesse, melhor dizendo, incorporar neste plano também para 2026.
01:34Então agora a expectativa com essas falas de Michel Temer, uma fala já em um evento, agora em essa entrevista, a expectativa é que essas reuniões aconteçam, esses encontros com alguns governadores.
01:48A gente lembra que naquele evento pela anistia, aí em São Paulo inclusive, reuniu cerca de seis governadores.
01:55Esses nomes estão ao lado de Jair Bolsonaro numa tentativa de também viabilizar o nome para 2026.
02:03E de fato Jair Bolsonaro não conseguir viabilizar uma candidatura, registrar uma candidatura diante dessa inelegibilidade.
02:11E agora Michel Temer sugerindo que eles possam se reunir e aí lá na frente ver de fato qual nome tem chances reais de disputar o Palácio do Planalto.
02:23É muito cedo, mas nós já estamos falando diariamente sobre essas reacomodações de alguns nomes, essas janelas que vão surgir nos próximos dias.
02:33Novas filiações como Eduardo Leite, que estava no PSDB e agora recentemente assinou a ficha de filiação no PSD de Gilberto Kassab.
02:45Soraya.
02:46Bruno, cedo mas nem tanto, né? A gente vem falando isso acho que desde o ano passado e esse ano de forma mais intensa, mas 2026 está logo aí.
02:54A gente está vendo essas movimentações e todo o xadrez que a gente fala, o tabuleiro da política se mexendo.
03:02Obrigada Bruno, até já. Deixa eu chamar aqui novamente os nossos comentaristas, Cristiano Beraldo, também a Deise Siocari.
03:09Deise, o que seria necessário acontecer para essa aliança aí apostada por Michel Temer sair de fato do papel?
03:19Soraya, olha só, o Temer é um dos maiores articuladores da República, né?
03:25Então, talvez a articulação dele de bastidor possa convencer alguns governadores que não querem, já declararam que não querem essa aliança, né?
03:34O próprio Ronaldo Caiado falou que seria mais viável que todos disputassem o primeiro turno e aí no segundo turno o eleitor escolheria.
03:41Mas olha que movimento interessante que o Michel Temer faz, porque ele é um institucionalista, né?
03:51E o que o Michel Temer propõe aqui quando ele fala para os governadores reconstituírem esse Pontes para o Futuro, que foi o movimento que começou com ele, né?
04:02Ele desloca um movimento muito básico da política, que é a liderança carismática, que é o que a gente vive hoje na direita, sob a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro.
04:13Então, ele desloca a liderança carismática e ele propõe uma liderança racional legal.
04:20É uma ótica muito Max Weber e eu tenho certeza que o Michel Temer pensou muito nisso.
04:25Então, ele faz esse deslocamento como um defensor do institucionalismo que ele é.
04:29Ele coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro, como ele mesmo mencionou aí nas entrelinhas, como uma figura convidada desse espectro político aí, dessa organização com os governadores para 2026.
04:42Então, ele não tira completamente o ex-presidente, mas olha, você é um convidado aqui nessa nossa nova organização.
04:49Desloca a figura carismática e diz que a direita precisa se reorganizar de uma forma institucional.
04:55Isso é uma visão extremamente estratégica para reconstituir essa nova direita.
05:02E aí, ele evoca esse ponte para o futuro como um modelo de construção e argumentação.
05:07E aí, ele faz isso sem descartar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
05:11Então, essa ambiguidade na frase dele de pode ser incluído é o centro da inteligência do ex-presidente Michel Temer.
05:19Ele não lidera, mas ele continua no comando.
05:22E aí, ele faz essa transferência de racionalidade, mas ele continua ali no bastidor dando as cartas.
05:29Isso é extremamente interessante e mostra a forma como ele pensa a política brasileira e como ele começa a reorganizar a direita para os novos passos.
05:38Ô, Cristiano Beraldo, acho que um ponto também para a gente saber é como é que isso bate nos aliados mais próximos, mais ferrenhos de Jair Bolsonaro, não?
05:47Pois é, Nonato. E é interessante porque, além do aspecto abordado pela Deise, tem também o aspecto político da vida, do dia a dia da política,
05:59que é o PMDB, partido de Michel Temer, que tem em Michel Temer o seu nome de maior peso hoje,
06:06se juntando, se federando com o Partido Republicanos, que é o partido de Tarcísio de Freitas.
06:13Há, claro, uma expectativa de que, se Jair Bolsonaro, de fato, não puder disputar as eleições e o escolhido para disputar com o apoio de Jair Bolsonaro,
06:23se for o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que ele saia do Republicanos e vá para o PL.
06:31Mas isso tudo precisa ser negociado, precisa ser costurado.
06:34Há também muitos impactos nos arranjos estaduais, que para um partido como o PMDB é fundamental.
06:42O PMDB sempre foi um partido muito forte nos municípios, Brasil afora, e quer voltar a ter protagonismo,
06:50por isso considerando fazer essa federação com os republicanos.
06:54A união dos governadores é uma união de protagonistas que tem uma agenda alinhada com a agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.
07:05Em geral, todos os ex-governadores com uma abordagem mais moderada em relação ao equilíbrio institucional,
07:14aos poderes da República e às soluções para os problemas brasileiros.
07:18E é preciso avaliar se, além de Tarcísio de Freitas, que já desponta nas pesquisas com uma posição muito boa,
07:27se algum outro teria condição de conquistar essa preferência do eleitorado numa eleição,
07:34do eleitorado de direita ou de centro-direita, numa eleição sem Jair Bolsonaro.
07:39Só que isso tudo precisa ser testado.
07:41Agora, por exemplo, no caso de Ronaldo Caiado, ele tem o problema do partido.
07:46União Brasil, federado agora com progressistas, não vai dar espaço, nunca deu espaço para ninguém crescer.
07:55São partidos que preferem o arranjo, preferem o acordo com outros partidos,
08:01porque com isso podem redistribuir de forma mais interessante para seus caciques o valor do fundo eleitoral.
08:09Então, tudo isso está no tabuleiro, isso precisa começar a ser definido,
08:13e por isso Michel Temer, que continua muito ativo, ele tenta liderar esse processo.