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  • 13/05/2025
Em entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan, Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, analisou os impactos do acordo entre China e Estados Unidos que reduz tarifas por 90 dias. A medida pode afetar diretamente as exportações brasileiras e a balança comercial global.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/hAuGLWQv_SA

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Transcrição
00:00A gente continua nesse assunto, quem analisa o acordo entre Estados Unidos e China
00:03e os impactos para o Brasil é o ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento
00:08e doutor em Direito Internacional pela USP, Velber Barral.
00:11Tudo bem, secretário? Boa noite, muito obrigado por estar aqui conosco na Joempan. Muito bem-vindo.
00:16Boa noite, Thiago. Prazer em participar.
00:18Prazer é nosso. Eu queria perguntar para o senhor o seguinte,
00:20da forma como estava, praticamente o comércio mundial estava inviabilizado.
00:25O senhor acha que, inicialmente, esse acordo entre os dois países
00:29e saber também se isso vai ser cumprido?
00:32Até que o presidente americano Donald Trump está dizendo
00:34se isso não for cumprido em 90 dias, ele volta tudo de novo como estava.
00:38Eu pergunto para o senhor, existe realmente a esperança
00:41de que o comércio entre esses dois países não só saia dessa guerra,
00:46mas também se amplie? Ou seja, para os dois países isso vai ser bom?
00:51Thiago, com certeza a guerra comercial é a pior situação de todas
00:54porque afeta não só o comércio bilateral entre China e Estados Unidos,
00:57mas afetava o mundo inteiro.
00:58O senhor acaba provocando uma série de desvios de comércio
01:02que afetam outros países.
01:04O que aconteceu foi que os dois países entraram numa elevação trifária
01:08e os dois passaram a mais de 100%, o que inviabiliza.
01:12É inviável você conseguir exportar com 100% de tarifa.
01:16O que foi acertado nesse final de semana foi uma trégua.
01:19É uma trégua de 90 dias para que eles possam entabular uma negociação.
01:24E aí a conta americana foi que manteria 10%, que é o básico que os Estados Unidos
01:30estão cobrando de todo mundo, e mais 20%, que foi a tarifa que os Estados Unidos
01:34impuseram relacionada à fabricação de fetanil pela China.
01:39A China, do outro lado, manteve a tarifa mínima de 10% contra os Estados Unidos.
01:43Então, isso já viabiliza a retomada de boa parte do comércio.
01:48Claro que afeta muito ainda, afeta a competitividade chinesa no mercado americano,
01:52afeta a competitividade americana no mercado chinesa, mas é uma situação muito melhor.
01:56Agora, são 90 dias de negociação.
01:59Nesses 90 dias, provavelmente, os Estados Unidos vão tentar um compromisso com a China
02:05que implica, inclusive, em diminuir o déficit comercial.
02:07Ou seja, que a China cumpre mais dos Estados Unidos.
02:11E, secretário, a grande pergunta é como é que fica o Brasil nessa história?
02:14Porque há, talvez, uma possibilidade da própria América Latina ficar em segundo plano,
02:22já que essas duas nações voltam a se aproximar.
02:25E, claro, o Brasil, como é que fica nessa história?
02:28Tiago, a pergunta é muito interessante pelo seguinte.
02:31Nós podemos ter vários efeitos dessa negociação após os 90 dias.
02:35Durante esses 90 dias, dificilmente as empresas vão fazer investimentos novos
02:41ou vão mudar a cadeia de provedores ou vão mudar a cadeia de produção,
02:45que é uma estabilidade muito grande.
02:47Então, ninguém vai tomar grandes decisões durante esse período
02:49até saber qual vai ser a decisão e quais vão ser, de fato,
02:54as tarifas que vão ser cobradas no futuro.
02:57Agora, para o resto do mundo, tem impacto.
03:00Tem impacto, de um lado, por desvio de comércio da China,
03:03se cair a demanda nos Estados Unidos.
03:05E tem impacto, também, se houver um acordo para comprar mais bens americanos.
03:10E temos que lembrar que os Estados Unidos competem muito com o Brasil.
03:14Basicamente, todos os produtos importantes exportados pelo Brasil para a China,
03:19com exceção do minério de ferro,
03:20nós estamos falando de soja, milho, carne, frango,
03:24tudo isso concorre com os Estados Unidos.
03:28Então, o Brasil tem que acompanhar essa situação,
03:30até para manter a nossa competitividade no mercado chinês, também.
03:33Secretário, vou chamar os nossos comentaristas.
03:35A próxima pergunta, de Cristiano Vilela, aqui no Jornal Jovem Pan.
03:39Vilela.
03:41Secretário, boa noite.
03:42Satisfação recebê-lo aqui na Jovem Pan.
03:44Secretário, do ponto de vista político,
03:47nós podemos imaginar que a saída do presidente Lula-China,
03:51esse diálogo, toda essa fala afetuosa do presidente Lula-China,
03:55isso pode demonstrar, talvez, o maior alinhamento do Brasil com relação ao governo chinês,
04:01pode demonstrar que nesse contexto de conflito comercial,
04:05especialmente envolvendo Estados Unidos e China,
04:07que o Brasil tem lado e o lado do Brasil é realmente mais próximo do governo chinês?
04:13Vilela, a pergunta é muito boa pelo seguinte,
04:16o Brasil tem tentado manter uma posição de equilíbrio entre essas duas potências.
04:22O que nós vamos ver, provavelmente, no resto deste século,
04:25vai ser a competição entre China e Estados Unidos com zonas de influência.
04:30O Brasil tem tentado manter uma posição de boa relação com os dois,
04:34e eu acredito que é a posição correta.
04:37A visita do Lula é de um timing muito bom,
04:41é um momento muito bom,
04:42porque é um momento de consolidar acordos com a China,
04:45independentemente dos Estados Unidos,
04:48ao mesmo tempo garantindo o nosso acesso ao mercado chinês,
04:50já que a China é mais do que 30% das exportações brasileiras.
04:55Então, eu acho que o momento realmente acabou sendo muito vantajoso para o Brasil.
04:59É bom lembrar que não era uma reunião, uma visita só do Brasil.
05:03Aconteceu na China-CELAC,
05:05que é a reunião da China com os países latino-americanos,
05:08basicamente todos os países latino-americanos estavam representados,
05:12e o Brasil acabou tendo uma bilateral entre Lula e Xi Jinping,
05:16que mostrou, inclusive, o prestígio do governo brasileiro.
05:19Nelson Kobayashi, a sua pergunta.
05:20Secretário, boa noite, é um prazer falar contigo.
05:23Diante de tudo isso que já aconteceu até esse momento,
05:26a escalada, a guerra comercial que se firmou,
05:28os discursos todos desencontrados,
05:30inclusive incisivos, principalmente dos Estados Unidos,
05:34contra os países asiáticos, em especial a China,
05:37até este momento em que temos este anúncio feito,
05:40quem é que sai ganhando mais?
05:41Quem é que até esse momento pode dizer que teve algum saldo
05:43mais positivo ou negativo diante de tudo que já aconteceu?
05:47Kobayashi, se nós pegarmos este ano,
05:51provavelmente os Estados Unidos perderam muito.
05:53Perderam principalmente em credibilidade.
05:55Porque o Trump anunciou medidas contra México e Canadá voltou atrás.
06:00Anunciou medidas contra a China, vai voltar atrás.
06:03Anunciou medidas com relação a outros parceiros comerciais,
06:06com tarifas de até 60%, voltou atrás,
06:09até por pressão da indústria americana.
06:11A indústria americana que, tanto no setor de automóveis,
06:16quanto no setor de eletrônicos, acabou sendo acertuado.
06:20Porque senão você ia ter, de fato, falta no mercado americano.
06:23Então, esse improviso do governo americano
06:27acaba criando um desgaste muito grande.
06:29Primeiro para as empresas americanas,
06:31que têm um grande grau, pelo grau de estabilidade.
06:34Depois para a própria confiabilidade dos Estados Unidos,
06:37como parceiro comercial.
06:37Perfeito. Conversamos com o ex-secretário Verbo Ebarral,
06:42que é doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo.
06:47Doutor, como sempre, muito obrigado pela sua atenção,
06:48pela sua gentileza. Volte sempre.
06:51Boa noite. Muito obrigado.

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