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  • 12/05/2025
Os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir drasticamente as tarifas sobre os produtos um do outro por um período inicial de 90 dias, de acordo com um comunicado conjunto divulgado pelos dois países nesta segunda-feira (12). Alan Ghani e Deysi Cioccari analisaram.

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Transcrição
00:00Vivo para trazer informação da economia, isso porque Estados Unidos e China chegaram a um acordo
00:04para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas.
00:09Após conversas com autoridades chinesas em Genebra,
00:12o secretário do Tesouro Norte-Americano, Scott Bassett,
00:15disse que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas.
00:21O Alan Ghani participa aqui com a gente e traz mais detalhes a respeito disso.
00:25Ghani, você falava na sexta-feira.
00:27Olho no fim de semana, porque se a gente tiver um avanço nas negociações,
00:31pode ser benéfico para o mercado ou para os mercados de um modo geral.
00:35Bom dia, isso ocorreu?
00:37Bom dia, Nonato. Bom dia a toda a nossa audiência.
00:41Ainda bem que isso ocorreu.
00:43Foi o grande presente de Dia das Mães para o mercado financeiro no mundo.
00:48Hoje, os futuros lá nos Estados Unidos, o mercado não abriu,
00:52mas o mercado de derivativo já opera e opera bem.
00:56Tanto a Nasdaq, quanto o Dow Jones, quanto o S&P 500 também operando fortemente positivo.
01:04Isso porque Estados Unidos e China, temporariamente, pelo menos por 90 dias, chegaram a um acordo.
01:11Agora, os produtos da China exportados para os Estados Unidos,
01:17que inicialmente tinha uma tarifa de 145%, que o Trump colocou,
01:21agora a tarifa passou para 30%.
01:25E os Estados Unidos, as empresas norte-americanas, exportando para a China,
01:30inicialmente a tarifa protecionista colocada pela China como retaliação,
01:35era de 125%.
01:37E agora passou para 10%.
01:40Ou seja, 30% de protecionismo nos Estados Unidos colocado contra a China
01:45e 10% na China contra os Estados Unidos.
01:49A leitura do mercado financeiro é que, neste patamar, é sustentável.
01:53Ou seja, é claro que não é o ideal, que as tarifas anteriormente estavam menores,
01:58mas é algo que as empresas, os empresários, eles conseguem lidar.
02:04Por isso que tem todo este otimismo no mercado financeiro no dia de hoje.
02:08E a tendência é que a Bolsa suba por aqui também e o dólar opere em queda
02:14à medida que o risco global deu uma arrefecida.
02:19Eu vou chamar também para conversa a Deise Siokar e nossa comentarista.
02:23Deise, além dessa questão do acordo dos Estados Unidos e China,
02:27a gente tem ainda a possibilidade de um início de conversações entre russos e ucranianos
02:31para a próxima quinta-feira.
02:33A questão de Paquistão e Índia também com um cessar-fogo.
02:38Ou seja, pontos que poderiam causar sensibilidades, de um modo geral, para todo mundo.
02:45E aí, tratando de economia também, parece que a coisa foi se arrefecendo,
02:49foi dando uma acalmada.
02:50Ou seja, é um conjunto de boas notícias que chega para o mundo, Deise.
02:55É, Nunato.
02:56Agora, resta a gente saber se esse conjunto de boas notícias,
03:00principalmente esse dos Estados Unidos e da China,
03:03se não são mais ou menos como aqueles divórcios litigiosos,
03:08que duram ali 90 dias, os dois sentam ali só para acenar para o mercado,
03:12para mostrar que eles ainda sabem usar os talheres.
03:15Mas a verdadeira disputa ali, ela continua.
03:18A disputa por hegemonia, por tecnologia, por poder.
03:21Mas fato é que esse descanso aí de 90 dias,
03:25ele serve, sim, para acalmar os ânimos de Wall Street.
03:28Eu ainda acredito, e obviamente o Gani pode falar muito melhor do que eu sobre isso,
03:33mas eu ainda acredito que isso é mais um teatro para mostrar para o Wall Street
03:37que as coisas podem arrefecer um pouco,
03:39mas por trás das cortinas, as farpas continuam,
03:42as disputas continuam,
03:43e logo depois a gente deve ver um acirramento
03:45dessas questões de volta à tona.
03:48Agora, Deise, também muito se criticou,
03:51principalmente ao longo do final de semana,
03:53da presença do presidente Lula na Rússia,
03:56ao lado de Vladimir Putin,
03:58até citando um pouco o erro pelo time do momento dessa visita,
04:02mas em relação à visita do presidente na China
04:05e essas articulações com a China em meio a todo esse tarifácio.
04:10Soraya, tem algumas falhas nessa política externa do presidente Lula
04:15que até surpreendem pelo tom que ele adotou durante a campanha eleitoral,
04:19porque existia uma promessa de praticamente uma revolução,
04:22e não é isso que a gente está vendo.
04:24Sobre a China, sabe o que me chama a atenção?
04:28Porque o presidente Lula fala que vai inserir o Brasil na rota da seda,
04:33como se o Brasil estivesse pronto para entrar nesse século XXI.
04:36A gente não está.
04:38Aí ele está falando que vai levar o PAC
04:39para conseguir subsídios na China.
04:42Gente, que PAC?
04:44PAC não tem objetivo, não tem execução, não tem projeto.
04:48Aí, do outro lado, se a gente for olhar com...
04:51E nem precisa ser um olhar muito crítico, não.
04:53Mas aí a gente olha o presidente e está falando
04:55ah, eu vou ligar a América do Sul com a Ásia.
04:58Mas não consegue ligar o planejamento com o BNDES.
05:01Então, tem alguma coisa aí que não está funcionando, sabe?
05:03Tem que levar o PAC até a China.
05:05É sério mesmo, não está conseguindo resolver nem os problemas internos.
05:09Aí, às vezes, eu fico pensando se levar o PAC até a China,
05:12talvez o problema não seja nem de distância,
05:14mas é de direção do governo mesmo.
05:17A gente vem de uma imagem lá fora de que existe uma potência,
05:21mas aqui dentro a gente não consegue resolver os nossos problemas.
05:24E eu estou falando de INSS, de reforma tributária,
05:26de emenda parlamentar e do próprio PAC.
05:29Bom, nós vamos seguir nesse tema, né?
05:32Porque talvez seja o assunto da semana,
05:34a medida do impacto que o tarifácio gerou
05:37e todo esse embrólio entre Estados Unidos e China, né?
05:39Porque essa negociação entre Washington e Pequim,
05:42que resultou na pausa das tarifas por 90 dias,
05:45foi a primeira no segundo mandato de Donald Trump.
05:49O Eliseu Caetano está de volta aqui, direto da Flórida.
05:52Explica essa história pra gente.
05:53Eliseu, o que é que esse acordo prevê?
05:56O que é que estão falando a respeito disso aí nos Estados Unidos também?
05:59Bem-vindo mais uma vez.
06:01Oi, Nonato. Muito bom dia novamente pra você, pra Soraya
06:04e pra todos que acompanham o Jornal da Manhã.
06:05A gente fala ao vivo, direto dos Estados Unidos,
06:07oito horas da manhã com vinte e oito minutos aqui na costa leste do país.
06:10Temperatura neste momento no sul da Flórida, vinte e cinco graus Celsius.
06:13Chove bastante lá fora, mas em Washington,
06:17de cena capital americana, o clima deve estar ensolarado
06:20com a alegria de mais essa vitória,
06:23de mais um passo de Donald Trump dado por ele,
06:27que virou muita polêmica e controvérsia no mundo inteiro,
06:31mas que aparentemente surtiu efeito, viu?
06:33A primeira reunião entre China e Estados Unidos,
06:35pelo menos neste segundo mandato de Donald Trump,
06:38finalmente aconteceu em Genebra, na Suíça.
06:41Olha, a gente estava acompanhando aí os nossos analistas,
06:45comentando a respeito da trégua, pelo menos temporária,
06:49com relação às tarifas, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
06:54Apesar dessa trégua, o acordo não elimina todas as tarifas, não, viu?
06:59Nem contempla setores específicos.
07:03A gente precisa deixar isso também bem claro, viu?
07:06É um acordo histórico? Sim.
07:09Marca aí a redução temporária das tarifas recíprocas,
07:12marca também uma trégua, né?
07:14Na guerra comercial que abalava os mercados globais,
07:18ameaçava cadeias de suprimentos e, claro,
07:21aumentava o risco de recessão da comunidade global.
07:24Esse novo pacto, Nonato, prevê que os Estados Unidos
07:27reduzam as tarifas extras sobre importações chinesas
07:31de 145% para 30%,
07:35enquanto a China diminuirá as suas tarifas sobre produtos americanos
07:39de 125% para 10%.
07:42As medidas, inclusive, passam a valer imediatamente
07:46e terão uma duração de pelo menos 90 dias,
07:50podendo, aliás, ser prorrogadas conforme o andamento das negociações.
07:55Porque, sim, novas negociações já estão agendadas
07:59e esse curso seguirá até que ambas as potências,
08:02as duas maiores potências do mundo,
08:05cheguem a um acordo definitivo.
08:06O anúncio, é claro, já impulsionou, Nonato,
08:09os mercados financeiros, viu?
08:10O dólar subiu frente a outras moedas
08:13e bolsas globais registraram forte alta.
08:16Empresas europeias expostas ao comércio
08:19entre as duas maiores economias do mundo,
08:21como a Maersky e as gigantes do setor de luxo,
08:25LVMH e Caring, viram as suas ações dispararem.
08:29Segundo o secretário de Tesouro aqui dos Estados Unidos,
08:31o Scott Benson,
08:34que conduziu as negociações ao lado do representante comercial
08:37Jameson Griff,
08:39nenhum dos dois países desejam, abre aspas,
08:43desacoplamento econômico, fecha aspas.
08:46Ele classificou que as tarifas anteriores
08:48eram equivalentes a um embargo
08:51e disse que o objetivo comum agora
08:54é reestabelecer um comércio equilibrado.
08:57A gente vai seguir acompanhando,
08:58porque, Nonato, como você bem disse,
09:00essa deve ser a principal notícia,
09:02não apenas do dia,
09:03não apenas desta segunda-feira,
09:04mas da semana,
09:05porque não vai repercutir apenas aqui
09:07nos Estados Unidos e na China,
09:08mas vai impactar muitos países ao redor do mundo,
09:11inclusive o Brasil,
09:12que estava apostando alto aí
09:15numa ruptura entre China e Estados Unidos.
09:18Eu volto com vocês no estúdio do Jornal da Manhã.
09:21Seguiremos monitorando.
09:22Muito obrigado, Eliseu Caetano,
09:23direto dos Estados Unidos.

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