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Aguas subterraneas - Aquíferos
Bruno Carvalho
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05/05/2025
As águas subterrâneas são uma importante fonte de água doce, armazenadas naturalmente no subsolo, em aquíferos. Em Portugal, embora existam em abundância, ainda não são totalmente compreendidas nem valorizadas como deveriam.
Categoria
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Conhecimentos
Transcrição
Apresentar a transcrição completa do vídeo
00:01
Não as vemos, mas são verdadeiros rios e albufeiras debaixo dos nossos pés.
00:06
Serão as águas subterrâneas um tesouro que não estamos a aproveitar?
00:11
Há riscos?
00:14
Ao contrário de uma albufeira, que é um ponto único que distribui depois a água,
00:18
portanto é fácil decidir, o aquífero não é uma massa de água contínua no espaço
00:22
em que cada pessoa tem o seu furo, tornando um bocadinho difícil a sua gestão.
00:27
Há quem defenda que estamos a utilizar as águas subterrâneas em excesso
00:31
e a contaminar de forma preocupante.
00:34
Mas há também quem tenha a visão oposta.
00:36
É possível recorrer muito mais a estas águas invisíveis, os aquíferos,
00:41
mesmo em períodos de seca.
00:42
Temos aquíferos que estão claramente em subexploração,
00:46
ou seja, conseguimos tirar lá muito mais água.
00:48
Qual é a dificuldade?
00:49
É que gerir um sistema aquífero é muito mais complexo do que gerir uma água superficial.
00:54
Porquê? Porque não se vê.
00:55
Muito preocupado, mesmo muito preocupado.
00:58
É um recurso fundamental, quer para o consumo humano, mas também para a agricultura.
01:02
É estratégico, é uma reserva estratégica fundamental.
01:05
Infelizmente a seca, a redução da precipitação, não permitir recarregar esses aquíferos.
01:10
Em Portugal, as águas subterrâneas são usadas sobretudo para a rega.
01:15
Só 30% é usada para consumo humano.
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Mas no passado, a história já foi diferente.
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Lisboa era abastecida exclusivamente por águas subterrâneas.
01:24
O aqueduto das águas livres, construído no século XVIII,
01:27
era um vasto sistema de captação e transporte de água por via gravítica.
01:33
Com o crescimento da população, as águas subterrâneas foram sendo abandonadas
01:36
e substituídas por águas superficiais vindas da barragem de Castelo de Bode.
01:42
As águas subterrâneas foram perdendo a importância que tinham até para o abastecimento humano.
01:47
Se nós olharmos aqui há 40 anos, nós tínhamos muitíssimo mais água subterrânea
01:54
a garantir o abastecimento das populações do que agora.
01:58
E se, em alguns casos, essa água superficial trouxe realmente uma maior constância e capacidade de abastecimento,
02:08
noutros casos, já não.
02:11
Veja-se o caso do Algarve, onde eu construí duas barragens para abastecer o Barlavento e o Sotavento
02:18
e agora já falo da desalinização.
02:20
Mas a base que estava no consumo de água há umas décadas atrás era a água subterrânea.
02:26
Portanto, eu tenho perdido sustentabilidade naquilo que é esta capacidade de gestão de água
02:35
e agora já não consigo voltar atrás.
02:37
Num futuro com períodos de maior seca e menos chuva,
02:40
serão as reservas subterrâneas resilientes o suficiente para voltarmos a elas?
02:45
Os aquíferos eram, obviamente, uma forma muito mais resiliente de eu poder ter água armazenada.
02:53
Porque eu posso ter dois, três anos de seca, quatro anos, quer dizer, mas a água subterrânea não evapora
02:59
como evapora a água superficial.
03:03
E, portanto, tinha ali uma garantia, digamos, de gestão.
03:09
Mas o que são exatamente estas massas de água ou sistemas de aquíferos?
03:13
Como funcionam?
03:14
Um aquífero é uma reserva de água subterrânea.
03:19
Essa água vem da chuva e infiltra-se nos solos, alimentando vários níveis diferentes
03:23
que funcionam como reservatórios.
03:26
Alguma da água escoa para os rios e para o mar, enquanto outra fica depositada debaixo do solo.
03:33
É essa que podemos ir buscar.
03:35
João, isto é um furo para captar águas subterrâneas.
03:38
Como é que isto funciona?
03:39
É verdade.
03:40
Nós, em Portugal, tradicionalmente captamos a água subterrânea de três maneiras.
03:45
As nascentes, como nós conhecemos, que é onde a água subterrânea surge à superfície.
03:49
Temos os poços, que são aquelas captações tradicionais.
03:52
E depois, a partir dos anos 60, 70, com base na tecnologia de petróleo, começou a se desenvolver
03:57
então furos, que são captações mais estreitas, mas de grande profundidade.
04:01
E vão buscar água aos aquíferos.
04:03
Exatamente.
04:03
Este caso, em concreto, é para consumo humano, porque é um sistema de abastecimento.
04:08
Os agricultores, geralmente, têm os seus furos próprios e a indústria pode usar o de
04:12
abastecimento público ou, se a rede de abastecimento público não tiver capacidade, fazem também
04:16
os seus furos.
04:16
Estamos a falar na Península de Setúbal, onde temos uma grande riqueza de águas subterrâneas.
04:20
Noutras zonas não será assim, será mais superficial.
04:23
Neste caso aqui é 100% águas subterrâneas.
04:25
Estamos a falar de furos que podem dar entre 100 a 150 litros por segundo.
04:29
E se nós admitirmos que 150 litros por segundo é mais ou menos a capacitação de uma pessoa
04:34
que gasta por dia de água, estamos a ver a capacidade de abastecimento público com
04:39
furos desta natureza, com este caso, pode dar.
04:42
É quando olhamos para a margem esquerda do Tejo que percebemos a importância das águas
04:46
invisíveis.
04:48
O sistema aquífero da bacia do Tejo Sado é o mais importante do país, um enorme reservatório
04:53
natural que abastece quase 120 mil pessoas na Península de Setúbal.
04:58
Mas no país há situações muito diferentes.
05:01
Há aquíferos com reservas de água comparáveis a vários alquevas e outros onde a subexploração
05:07
levanta já preocupações.
05:09
A bióloga e ambientalista Cláudia Sil, da plataforma Água Sustentável, alerta para
05:15
a situação no Algarve.
05:16
Vai-se medindo o nível dos aquíferos e todos os aquíferos no Algarve estão abaixo do
05:21
percentil 20, ou seja, têm muito pouca água.
05:24
É evidente que os aquíferos não têm sofrido recarga por causa da redução da polvilicidade,
05:31
mas também é evidente que um aumento, uma explosão da área de regadio está a contribuir
05:39
para esse fenómeno que nós estamos a assistir.
05:42
A informação oficial que nós, a plataforma Água Sustentável, temos é que existem legais
05:47
20 mil furos, mas há uma estimativa de que ilegais sejam os outros.
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O consumo é muito elevado.
05:54
João Nascimento tem uma perspetiva diferente.
05:56
O Algarve tem sistemas aquíferos que estão subexplorados, ou seja, podemos ir lá buscar
06:00
mais água.
06:01
Parece contraditório?
06:03
Como se explica que seja possível olhar de forma tão divergente para as águas subterrâneas?
06:07
A explicação está nos modelos utilizados para medir a quantidade de água disponível.
06:12
Muitas vezes temos um indicador que nos dá um ponto em mau estado, mas depois vamos
06:17
ver a série desse ponto e só baixou um metro e um metro numa altura de seca em água subterrânea
06:23
é insignificante.
06:25
Não se esqueçam que estamos a falar de furos de 200, 300 metros e um metro não é nada.
06:29
O que se passa é que os aquíferos têm sido reservados mais para a agricultura por
06:33
serem difíceis de gerir.
06:35
Então afastamos um bocadinho a responsabilidade da gestão do aquífero assim.
06:39
Mas não, existem aquíferos no Algarve que poderão contribuir para o assistimento público.
06:43
Aliás, como já foi feito, na seca de 2004-2005, em que o Algarve não estava a ser abastecido
06:49
por qualquer origem de água subterrânea e as alpefeiras secaram e foi preciso abastecer
06:55
a partir do aquífero de Crença Silves que abasteceu o Algarve durante o verão sem problema
06:59
nenhum.
07:00
Atualmente existem ferramentas que nos permitem pegar nas características do aquífero e dos
07:06
seus utilizadores e simular num computador.
07:08
Três dimensões, duas dimensões, podemos pôr mais chuva, cenários de alterações
07:14
climáticas, pôr pessoas a tirar mais água, pessoas a tirar menos e vamos saber o que
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é que acontece nesse aquífero, vamos simular.
07:22
Mas ainda não o estamos a fazer.
07:24
O modelo que aplicamos não permite conhecer profundamente a realidade de cada aquífero.
07:29
Há uma espécie de gestão às cegas.
07:31
Em Portugal damos mais prioridade à gestão por indicadores, que tornam a gestão um bocadinho
07:39
mais cega, porque os aquíferos tendem a ser geridos de mais ou menos a mesma forma.
07:44
Quando sabemos que quando o nível atinge uma certa porcentagem, dizemos que está em mau
07:47
estado e este valor é o mesmo para todas as massas d'água.
07:51
Há ainda muita margem para aconselharmos uma verdadeira gestão integrada, superficial e
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subterrânea.
07:58
Temos de medir melhor, mas também proteger mais.
08:02
O tipo de construção tem impacto na recarga dos aquíferos e a agricultura muitas vezes
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contribui para os poluir, comprometendo a sua qualidade.
08:10
Sempre que há seca, há uma pressão sobre a qualidade.
08:13
Menos água nos rios, menos água nos subterrâneos, aumenta as questões de qualidade.
08:17
E aqui a agricultura tem um papel fundamental.
08:20
Aquilo que é o uso, que deve ser sustentável e muito racional, do uso dos fertilizantes e dos
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fitofarma.
08:26
É um caminho que temos de fazer e, acima de tudo, temos de capacitar com instrumentos
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para poder agir melhor.
08:31
Se as conhecermos melhor, poderemos fazer delas fortes aliadas no combate às alterações
08:36
climáticas e aos períodos de seca.
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Dependeremos mais delas no futuro?
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Se tivermos vários anos de seca, quanto é que o aquífero aguenta?
08:45
Nós temos a períodos de seca, como o atual, que não há rebaixamentos significativos,
08:50
mas nós sabemos que se houver 3, 4, 5 anos de seca, sabemos que o aquífero tem muita capacidade
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de fornecer água, mas não sabemos quanta.
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E é esse trabalho que falta, que é conhecer a resiliência dos nossos sistemas acusos.
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Estamos a falar do invisível, do recurso que não se vê e, por vezes, não é fácil
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saber quanta água podemos tirar dali, quais são os impactos de pôrmos aqui uma captação
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e o meu fascínio sempre foi esse, foi da incerteza associada às águas subterrâneas
09:19
e de que forma é que nós podemos lidar com essa incerteza.
09:22
Estará já Portugal a olhar seriamente para este tesouro líquido debaixo dos nossos pés?
09:27
Estará Portugal?
09:27
Estará Portugal?
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Estará Portugal?
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Estará Portugal?
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Estará Portugal?
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