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  • 11/04/2025

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Transcrição
00:00Eu não dormi a noite toda, elas me atacaram, tive que me defender.
00:14Eu sei, eu imagino, Maria.
00:16Olha, se eu pudesse eu te tirava daí e te colocava numa outra cela, mas eu não posso.
00:24Meus pais estão aí?
00:25Estão, estão sim.
00:27Eles estão lá fora, estão esperando o horário de visitas.
00:30E eu vim te avisar, achei que você ia querer saber.
00:33Não, obrigada.
00:34Eles não podem ser acusados, eles não merecem isso, Ernesto.
00:39Eu sei, mas olha, de qualquer forma, se esse exame de DNA provar que você é a mesma filha do doutor Sócrates,
00:46a situação vai se complicar e muito pro lado deles.
00:48Não, eu não quero prejudicar os meus pais.
00:51Eu não quero que as pessoas pensem que eles me sequestraram.
00:54Acho melhor eu desistir dessa ideia de provar que eu sou filha do doutor Sócrates.
01:00Não, mas...
01:01Não, é isso.
01:03Eu não vou fazer esse teste de DNA.
01:07Eles não podem me obrigar?
01:09Ou podem?
01:10Não, acho que não.
01:12Então, foi só uma coincidência.
01:15Esse negócio da filha do doutor Sócrates ter sido sequestrada e dias depois eu ter sido deixada no circo.
01:22Maria, você e eu sabemos que não foi só uma coincidência.
01:27Você...
01:27Você está tentando proteger seus pais.
01:29Não, foi uma coincidência, sim.
01:31Uma coincidência que está arruinando com a minha vida.
01:34Está arruinando com a vida da minha família.
01:37Maria, a filha do doutor Sócrates, ela foi sequestrada.
01:41E ele procurou a filha dele a vida toda.
01:47Neto, olha essa luz.
01:49Ela me lembra a Mariana, minha mulher, quando eu conheci tinha o rosto parecido com o dessa moça.
02:00Eu não acho tão parecido assim.
02:03Desculpe, moça.
02:05Como é o seu nome?
02:13Eu estou fazendo aniversário hoje, em 70 anos.
02:17Essa festa é para mim.
02:19Você podia me dar um presente e ir me dizendo qual é o seu nome.
02:29Maria.
02:32Meu nome é Maria.
02:34Desculpe a pergunta.
02:36Eu sei que não se pergunta a idade de uma mulher.
02:39Mas quando é uma mulher tão jovem e bonita como você, a pergunta não importa.
02:43Quantos anos você tem?
02:49Trinta.
02:53Exatamente a idade que teria minha filha.
02:56Eu já tinha mais de quarenta anos e não fui pai.
03:04Minha filha tão amada foi arrancada de mim.
03:09Desculpe, moça, eu me emocionei porque eu tive uma filha que foi sequestrada e você tem a idade dela.
03:23E você me lembrou a minha falecida esposa.
03:26Acho que falecida.
03:29Ela desapareceu depois que a minha filha foi sequestrada.
03:33Sinto muito.
03:45Sinceramente.
03:45Até vamos entrar e não estou me sentindo bem.
04:00Olha, se a polícia conseguir provar que você mesmo, essa menina, a filha do doutor Sócrates, que foi sequestrada,
04:25não vai pena, nós vamos ter que se explicar.
04:27E é claro, Maria, todo mundo vai pensar que foram eles que sequestraram você.
04:31Não me interessa se eu sou filha desse homem.
04:34Os meus pais verdadeiros são Pepe e Ana Luz, foram eles que me criaram.
04:39Eu sei.
04:39Eles que me deram amor, eles que fizeram de mim o que eu sou.
04:43Eu sei.
04:44Mas olha, pode ser que você seja herdeira de uma grande fortuna, Maria.
04:47Eu quero saber, eu não quero saber de dinheiro nenhum.
04:51Tudo isso é uma grande confusão.
04:53Eu sou filha do Pepe e da Ana e eu me orgulho muito disso.
04:59Eu não quero e eu não vou fazer esse teste de DNA.
05:03Mas...
05:03Eu não quero.
05:24Ué, você não tem poderes?
05:26Não quebra vidros?
05:27Não faz os móveis pegarem fogo, as coisas voarem?
05:30Pelo menos é o que seu pai e a sua avó falam.
05:32Ô, Pedreira, eu não acho que seja desse jeito que você vai conseguir alguma coisa da minha filha.
05:36Ela não tem total controle sobre os poderes dela.
05:40E ela reage mal sempre que alguém duvida.
05:42Espera um pouco, deixa eu falar com ela.
05:45Ô, Tati, você fez a faca voar pro marginal.
05:48Você rendeu a arma dele.
05:50Você fez tudo isso sozinha com a força do seu pensamento e não consegue levantar esse lapisinho, Tati?
05:55Doutor Pedreira, o senhor tá deixando a minha neta nervosa.
05:57Ótimo.
05:58Não é assim que as coisas funcionam?
06:00Não é quando ela fica nervosa?
06:01Que as coisas explodem?
06:03Então, Tati, vamos lá.
06:06Faz esse lapis nevitar.
06:08Levanta esse eclipse aí, quero ver.
06:10Vamos.
06:11Eu já tô aguentando mais.
06:13Daqui a pouco eu não vou acreditar mais nessa baboseira.
06:15Eu já disse que eu não quero.
06:16Eu não consigo.
06:18Ô, Pedreira, você não pode falar desse jeito com a minha filha.
06:20Se você acha que ela tá mentindo, o problema é seu, mas ela não tá mentindo.
06:23Nem ela, nem eu, nem minha mãe.
06:25Olha, Marcelo, você vai me desculpar, mas eu já tô cansado disso tudo.
06:28Pra mim já está bem claro que vocês estão passando por um quadro de um trauma muito profundo.
06:33Trauma?
06:33Como é que é?
06:35Que história é essa de trauma?
06:37Vocês estão vivendo num mundo de ilusão.
06:39Esse negócio de mutantes, telepatia, telecinese, isso é coisa de história em quadrinhos, dona Dalva.
06:45Tati, vambora.
06:46Mãe, vambora.
06:47A gente só veio aqui por causa desses retratos falados.
06:49A pai tá de folga.
06:50Eu espero que eles sirvam pra encontrar os bandidos.
06:55Marcelo, espere.
07:01Marcelo, vê se você me entende.
07:02Mesmo que a gente encontre o cara descrito no retrato falado,
07:08quem é que vai acreditar na história de vocês?
07:11Se você não acredita, eu não posso fazer nada.
07:14Só preciso encontrar esses caras, Pedreira.
07:16Você precisa descansar.
07:17Vai pra casa.
07:19Eu, inclusive, eu acho que eu posso te recomendar a dona Magali.
07:23Ela é psicóloga.
07:24Ela costuma dar apoio pra nossos agentes.
07:26Eu não tô louco, Pedreira.
07:27Nem ninguém da minha família.
07:29Vamos ver o que a psicóloga vem a dizer sobre tudo isso.
07:32Por enquanto, você tá dispensado dos serviços de inteligência.
07:35Até você...
07:37se recuperar dessa loucura toda.
07:39Eu preferia ter menos grana.
08:07Eu trocaria toda essa bolada que o Eric tá ganhando
08:10com esses crimes todos por um pouco de paz.
08:15Paz.
08:17Quanto tempo que eu não sei o que é isso.
08:19Não sei o que é ter tranquilidade nessa casa, uma noite de sono, nada.
08:22Como é que você vai ter paz, Ramon?
08:25Toda essa violência em volta da gente.
08:27Tá tudo errado.
08:28Eu não aguento mais o Eric, Ramon.
08:30Para com isso, Helga.
08:31Eu não quero te ver assim, não.
08:32Fica bem, vai.
08:32Quero te ver contente.
08:33Quero te ver feliz.
08:34A Helga é que eu conheço.
08:36Ramon...
08:37Você é um amor comigo, sabia?
08:41Sou nada, Helga.
08:43Sou nada, mas tô aqui.
08:44É porque eu puder ajudar.
08:46É, sim.
08:47Eu queria tanto que o Eric fosse assim que nem você é comigo.
08:50Eu sou tão carinhoso.
08:51Eu adoro o seu jeito, sabia?
08:56O seu cheiro.
08:58O seu olhar.
09:00Não faz assim, mamãe.
09:01Preciso de alguém que cuide de mim.
09:03Que goste de mim.
09:05Você gosta de mim, não gosta?
09:07Claro que eu gosto, tá?
09:08Imagina.
09:10Claro que eu gosto.
09:10A gente tá aqui junto, na mesma batalha, na mesma casa.
09:12Nós somos amigos, não somos?
09:13Não tô falando de amizade.
09:15Tô falando de...
09:16De gostar.
09:18Um gostar de homem com mulher, entende?
09:21Isso não tá certo.
09:22Não tá certo por quê?
09:24Eu gosto de você, Ramon.
09:26Meu único erro foi ter escolhido o irmão errado.
09:35Para com isso, mãe.
09:37Para com isso, Helga.
09:38Acho que a gente tá confundindo as coisas.
09:39Não faz mais isso, por favor.
09:41Faz mais o quê?
09:42Ai, que susto.
09:43O que vocês tão falando aí?
09:44A gente não tá falando nada.
09:45Não tava falando pra Helga que você tava pra chegar a qualquer momento.
09:48Aí, o que que tem isso?
09:49Não brigar mais contigo, porque eu tô de saco cheio de vocês dois gritando o dia inteiro
09:52na minha cabeça.
09:54Sei.
09:55Entendi.
09:57Então, Ramon.
09:59Deu uma prensa lá no tal do Pachola.
10:01E aí?
10:02Você acredita que o safado expulsou o moleque de casa mentindo que a mãe dele tinha morrido?
10:07Gente, que horror.
10:09Quantos anos tem esse garoto?
10:10Vai fazer nove.
10:11Gente, que absurdo.
10:13Esse menino perdido na rua.
10:15Ainda por cima achando que a mãe dele morreu.
10:17Pena que você vai ter do moleque quando eu pegar aquele filhote lubizome.
10:21Eric, eu tenho nojo de você, sabia?
10:23Então, Ramon.
10:25Conseguiu descobrir alguma coisa da escola da monstrinha?
10:27Descobri.
10:28Gente, como assim, monstrinha?
10:30Eu já vi foto dessa menina.
10:31Ela é uma coisa fofa.
10:32Ela é linda.
10:33Como é que vocês têm coragem de chamar ela de monstrinha?
10:34Fala a boca, Helga.
10:36Uma garota que faz as coisas se mexerem sozinha, explodir, pegar fogo.
10:39Isso não é gente.
10:39É uma monstrinha.
10:40Você é um insensível, sabia?
10:41Dei muita sorte, Eric.
10:43Consegui achar uns papéis da escola da garota, um informativo, sei lá de que, no lixo da casa deles e descobri tudo.
10:49Descobri a escola que ela estuda, a hora que entra, a hora que sai, descobri tudo.
10:53Sai agora.
10:54Cinco da tarde.
10:57Opa.
10:58Já temos a gente lá ainda hoje.
10:59Começa.
10:59Não para, né?
11:00Já gosta de sair pra fazer um crime, ó.
11:01Você não sabe?
11:02A grana que eu vou ganhar depois que eu mandar a mãozinha pro Belen Léo, tá legal?
11:07Opa.
11:08Aí, ó.
11:09Mensagem da chefia.
11:11E a mãozinha vai ficar pra depois.
11:15Tem serviço mais urgente.
11:17Agora é isso todo dia, né?
11:19Qual é a ordem, Eric?
11:20A gente vai ter que despachar essa mulher aqui.
11:24E esse sujeito com o Pombeio.
11:27O mais depressa possível.
11:28Sabe você o que é o amor?
11:44Não sabe, eu sei.
11:48Sabe o que é um trovador?
11:50Não sabe, eu sei.
11:55Sabe andar de madrugada, tendo a amada pela mão.
12:01Sabe gostar, não sabe nada.
12:04Não sabe, não sabe, não.
12:08Ah, você não sabe, não.
12:13Ah, ei, ei.
12:17Não sabe, não.
12:19Mas pra que tudo isso, Eric?
12:23Eu vou explicar mais uma vez, tá, Helga?
12:25Pra nós, é a chance da gente ficar rico.
12:28Pra chefia, é o jeito de apafar o escândalo.
12:30Você entendeu?
12:31Você quer que desenhe, hein?
12:32E aí, que escândalo é esse?
12:34Que papo é esse de escândalo?
12:35Eu não vou entrar em detalhes com você.
12:36Tá, eu não confio mesmo mais em você.
12:38Tá bom, pega tua pistola e vamos embora.
12:40Vamos primeiro aonde?
12:41Pro litoral, atrás de enfermeiras.
13:11Uma energia que está a olho novo, tem seu valor.
13:32Ai, que susto.
13:35Conversar com você.
13:36Vai embora.
13:37Peraí, você não vai nem escutar o que eu tenho pra falar?
13:39Eu não tenho nada pra falar.
13:40Eu vou embora.
13:41Eu não quero mais ficar na tua casa.
13:43Me deixa em paz.
13:45O espaço se espalha pela massa
13:47E se disfarça como um todo.
13:56Sai da minha frente.
13:58Vavá, eu sou seu amigo.
14:00Eu só quero conversar com você.
14:01Confia em mim.
14:02Se acalma.
14:02Me solta, senão eu vou te morder.
14:05Ai, você resolve tudo na mordida, né?
14:06Então morde, quer morder?
14:07Vai lá.
14:08Não tira essa arra comigo, não.
14:10Eu tô falando sério.
14:11Não adianta, papai.
14:31Eu sou muito mais rápido que você.
14:32Me deixa.
14:33Você pode ir pra onde você quiser que eu vou chegar primeiro.
14:47Mas como assim não dá?
14:48Você cansou?
14:50Já pode conversar comigo agora?
14:51Ah, já te disse.
14:52Eu já queria me machucar.
14:54Ele não queria te machucar.
14:55Ele só queria te assustar pra você ir embora lá de casa.
14:57E conseguiu.
14:58Eu nunca mais volto pra lá.
15:00Que moleque teimoso.
15:02Não dá pra você me escutar pelo menos um segundo.
15:04Já falei que eu não gosto de me segurar assim.
15:06Eu vou te morder.
15:07Ah, você vai me morder?
15:08Tá achando que eu tenho medo?
15:08Eu não tô de brincadeira não, aqui.
15:10Nem eu tô de brincadeira.
15:12Morde então.
15:12Morde.
15:12Você não devia ter mandado seu irmão ir atrás daquele menino.
15:39Por que, mãe?
15:40Porque ele pode estar com raiva.
15:41A raiva é uma doença grave.
15:45Até hoje tem muita gente que morre dela.
15:47É um vírus poderoso.
15:49E passa pela mordida de algum animal infectado.
15:52Mata.
15:54É um perigo.
15:56Passa do lobo pro cachorro e do cachorro pro homem pela mordida.
16:00E se não tomar vacina, morre.
16:02E passa também pela mordida de morcego, de raposa ou até mesmo pela mordida de gente.
16:07Gente, para que vocês estão me assustando, tá bom?
16:09Ah, depois que aparecem os sintomas, a morte é certa em 100% dos casos.
16:16Mas quais são os sintomas dessa doença, mãe?
16:18Começa com a dor ou com o michão no local da mordida.
16:22Depois aparecem náuseas, vômitos, mal-estar.
16:25E depois a pessoa começa a sentir muita dor pra engolir.
16:30Ou até mesmo pra beber água.
16:32É a hidrofobia.
16:34Eu vi um cão que tinha raiva.
16:37Ele tinha medo só de ver a água.
16:38Mas por que essa doença se chama raiva?
16:41Porque a pessoa fica agressiva, violenta, com vontade de morder e bater nos outros.
16:46É isso.
16:47Essa doença é um horror.
16:49Gente, mas será que o vovó pegou essa doença?
16:52Não sei.
16:53Pelo menos, ele não tá mais aqui.
16:55Mas o Aquiles não tinha nada que ter ido atrás dele.
16:59Mas tem vacina pra essa doença, não tem?
17:01Tem, é antirrábica.
17:03O problema...
17:05É que se a pessoa não tomar a vacina logo depois da mordida, pode ser tarde demais.
17:10Quem será essa hora?
17:14Será que aconteceu alguma coisa com o Aquiles, hein?
17:20Ruth?
17:21Eu preciso muito falar com você.
17:34Eu sei que a senhora é uma grande cientista.
17:37A grande cientista.
17:38Não, eu sou só uma pesquisadora.
17:42A doutora Júlia me disse que a senhora é um gênio.
17:46Adinios.
17:47Genial.
17:48Gênio?
17:49Muito obrigada, mas eu não acho que mereça esse título, não.
17:53Doutora Beatriz, o que a senhora acha das experiências da doutora Júlia?
17:58What do you think?
17:59What do you think?
17:59What do you think?
17:59What do you think?
18:00Bom, doutor César, na verdade eu ainda conheço pouco sobre essas experiências.
18:05Por exemplo, esse bebê, o Cristiano.
18:09Ele é realmente impressionante.
18:12É incrível como ele consegue metabolizar massa através de energia.
18:17Merecia um estudo aprofundado, um bebê que cresce nessa velocidade.
18:20É, os outros também são impressionantes.
18:24Eu imagino a julgar pelo que eu já ouvi.
18:26Doutora Beatriz, a senhora ficou assustada quando soube dos mutantes?
18:32Não vou negar, doutor César.
18:35Fiquei assustada, sim.
18:36Eu tenho que confessar?
18:39I have to confess.
18:41Eu também fiquei.
18:43Não é pra menos, não é?
18:45Essas experiências proibidas, misturar genes de outras espécies com seres humanos, é...
18:52Doutora Beatriz, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta, a question in question.
18:57Sim, o que o senhor gostaria de saber?
18:59Desde que eu fui mordido pelo menino lobo, The Wolf Boy, eu tenho estado muito preocupado, eu tenho tido pesadelos recorrentes.
19:09Eu acho que estou me transformando num lobisomem.
19:12I will wolf.
19:12I will wolf.
19:42Eu gosto tanto de você, Cris.
19:51No começo eu tinha medo, mas depois...
19:54Depois eu vi que, na verdade, você gosta muito de brincar.
20:04Não, Cris, não começa.
20:12Cris, me põe no chão.
20:37Cris, faz favor.
20:38Cris, me solta.
20:42Me coloca no chão.
20:50Cris, por favor.
20:51Cris, por favor.
20:51Ele também pediu pra dizer...
21:04Que ele rezou pra gente ser feliz, Janete.
21:22E quem era essa mulher, Lucas, que te ligou?
21:24Não sei, Janete.
21:25Você não viu os bandidos no seu pensamento?
21:29Você não viu uma mulher?
21:31Eu não me lembro do rosto dela.
21:33Eu mal me lembro do rosto deles.
21:36Ô, Jan, você tá bem?
21:38Eu não queria que isso tivesse acontecido, Lucas.
21:41Eu não queria que o papai tivesse morrido.
21:43Nem eu, Maninha.
21:45Nem eu.
21:47Mas aconteceu.
21:49Infelizmente aconteceu.
21:50A gente tem que aceitar.
21:52O que a gente pode tentar fazer, Janete, é...
21:55É buscar justiça.
21:57Tentar de alguma forma recuperar a felicidade.
22:00A alegria de viver.
22:02Por que tem que ser assim, meu Deus?
22:04É difícil pra mim também, mas...
22:07Não fica triste, tá?
22:09Vou tentar ser feliz.
22:10Foi o último desejo do meu pai.
22:11Ele queria que a gente fosse feliz.
22:16Vamos tentar acreditar que ele tá bem.
22:20O papai era um homem bom.
22:22Alegre.
22:24E a energia dele deve estar muito bem.
22:27Onde estiver.
22:29Você tem razão.
22:31Eu vou ficar bem, sim.
22:35E o que mais essa mulher te falou?
22:37Ela deixou escapar que...
22:38Que o papai morreu porque ele acha que sabia demais.
22:43Foi isso mesmo que aconteceu.
22:45Olha, Janete.
22:47Eu não vou sossegar enquanto não tirar essa história limpo.
22:50Eu vou lá na carceragem.
22:52Falar com essa moça que tá sendo acusada de matar o tio Sócrates e o papai.
22:55A Maria Luz?
22:56Você vai falar com ela?
22:59Vou.
23:01Não, Lucas.
23:01Cuidado.
23:02Pode ser perigoso.
23:03Não vai querer saber demais você também.
23:05Relaxa, maninha.
23:06Relaxa.
23:07Eu só quero escutar o pensamento dela.
23:09Pra saber se ela é inocente ou se ela é culpada.
23:12Eu também queria muito saber.
23:18Mas toma cuidado, viu?
23:20Deixa comigo, maninha.
23:22Depois eu te conto.
23:23Bom, deixa eu ir que...
23:25Senão eu vou perder o horário de visita lá na carceragem.
23:29Jan, fica bem, tá?
23:31Beijo.
23:32Beijo, boa sorte.
23:34E aí, Jan, o que que tá acontecendo?
23:35Ele disse que uma mulher ligou.
23:38Dizendo que tinha um recado do nosso pai.
23:40Uma mulher?
23:41Cara, que loucura.
23:43Que mulher é essa?
23:44Sei, o celular tava clonado.
23:45Não dá pra saber.
23:46E o recado?
23:47Que recado que era?
23:49Que o meu pai pensou em mim, no Lucas, até o fim.
23:53E que ele queria que a gente fosse feliz.
23:57Oh, minha linda.
23:59Eu vou fazer você feliz.
24:02Era o que eu mais queria.
24:03Mas com tudo isso acontecendo, eu não sei nem como.
24:08Olha.
24:09No que depender de mim,
24:11Você vai ser a mulher mais feliz do mundo.
24:15Tá.
24:15Se Deus quiser, vamos voltar, adormecer, nesse pomar ao lar, da noite mais feliz, do paraíso adorar.
24:34Agora, pegou a tal companhia.
24:38Bom, né?
24:38Ela queria tanta essa oportunidade.
24:41Ótimo.
24:42Você foi muito bem também no teste, Lúcia.
24:45O pessoal da agência adorou seu teste.
24:48É, mas a Glória tinha mais o perfil que o cliente tava precisando.
24:52Imagina, eu entendo completamente.
24:53Ai, eu tô muito feliz pela Glorinha.
24:56Ela merece muito.
24:58Agora, Lúcia, eu tô precisando urgente.
25:00O telefone da Glória é no sul.
25:02Você tem aí?
25:02Tem, tem.
25:03Peraí, peraí.
25:03O telefone da Glória é no sul.
25:04O telefone da Glorinha tá aqui.
25:06Tá aqui.
25:06Oi.
25:07Aqui, Felipe, peraí, só um minutinho, tá?
25:13Peraí, é, Glória, Glória.
25:17Aqui, achei, olha.
25:19Pode falar.
25:226378.
25:24Ok.
25:24Obrigado, Lúcia.
25:25Felipe, ó, se tiver mais testes, me liga, tá?
25:29Pode deixar.
25:30Um beijo.
25:31Outro.
25:32Tchau.
25:35Gente!
25:37A Glória vai pra Europa, vai tirar altas fotos em todas as capitais e queima!
25:45Arrasou, né, Glorinha?
25:46Ai, meu Deus.
25:47Muita sorte naquela perua milpena.
25:50Muito doida ela.
25:52Você já não vai conseguir nem enxergar quanto dinheiro que ela vai ganhar.
25:54Ai, quando é que ela vai?
25:56Vai essa semana.
25:57Mas já, tão rápido.
25:58O Felipe disse que ela vai ter que ir direto de Porto Alegre.
26:01Ai, Europa, que delícia.
26:03Ai, eu vou sentir tanta falta da Glorinha.
26:05É uma menina encantadora.
26:08Você vai ter que arrumar outra pessoa pra ficar no lugar dela, né?
26:10Porque do jeito que você tá endividada...
26:13Eu já disse, pra vocês não se preocuparem, porque eu sei muito bem o que eu tô fazendo.
26:19Fiquem tranquilas, por favor.
26:22Agora, nós temos que festejar, gente.
26:25Vamos celebrar.
26:25A vitória da Glorinha.
26:27Glorinha, só que eu preciso ajuda aqui dentro.
26:30Vamos, me ajudem a pegar as taças.
26:36Brinde ao sucesso da nossa querida Glorinha.
26:40Sucesso e saúde.
26:41Sucesso, saúde e felicidade.
26:43Ó, tem que olhar nos olhos, hein, na hora de brindar.
26:46Você falou que aconteceu um milagre.
26:57Qual foi?
26:57Tá.
26:58Conta.
26:58Agora eu conto.
26:59Vou contar.
27:01Tem que sentar primeiro.
27:02Dá um milagre, milagre.
27:04Minhas queridas.
27:05É que, hoje à noite, quem vai sair para jantar fora sou eu.
27:14Adivinha com quem?
27:16Jura?
27:17Com quem?
27:18Com o meu amigo Mauro.
27:21E foi ele que te convidou?
27:23Finalmente, né?
27:24Ah, é claro.
27:25Que maravilha!
27:27Como é que foi isso?
27:29Quantos momentos bonitos
27:32Que o dia a dia nos traz
27:38Quanta alegria e razão pra viver
27:45Eu, você, só nós dois, pra que mais?
27:54Inesgotáveis reservas de amor
27:57Eu não sei onde é que o Platão estava com a cabeça
28:19Quando invadiu a clínica dessa porta
28:21Eu sei
28:22Roubando informações sigilosas
28:24Invadindo o computador da Júlia
28:27O que é pior
28:28Botando a família em risco
28:30A família e as empresas, meu caro
28:33Nós não podemos deixar que essa atitude passe em branco
28:37É, tio Platão vai ter que se explicar
28:38Como?
28:40Se ele sumiu
28:40Vamos mandar um recado pra ele
28:42Todo mundo
28:43Façam isso
28:44Eu já mandei mais de mil recados
28:47Eu tô tentando sem parar
28:48Mas o doutor Platão realmente desligou tudo
28:50Celular, rádio
28:51Tá impossível
28:52Uma hora ele vai ter que aparecer
28:55Só espero que não seja tarde demais
28:58Não tem que querer ou deixar de querer
29:12Maria vai fazer o exame de DNA e pronto
29:14Ela disse que não quer fazer o exame
29:16Até onde eu saiba
29:18Ela tem todo o direito de se recusar
29:19Só pra aliviar os pais adotivos
29:21Que mulher sacana
29:22Essa mulherzinha não vai interferir no andamento das nossas investigações
29:25Esse exame tem que ser feito
29:27A gente tem que confirmar se ela é filha do doutor Sócrates
29:30Ou se é tudo mentira
29:31E se for verdade
29:32Esses dois palhaços vão ser presos com certeza
29:34E vai ser preso junto com a filhinha adotada
29:37Mas vem cá
29:38A gente pode obrigá-la a fazer o teste?
29:40Escuta, Taveira
29:41Essa garota tirou sangue pra fazer os exames
29:44É a primeira vez que ela foi presa
29:45A gente pode utilizar esse material recolhido
29:47Pra fazer o exame de DNA
29:48E ela não precisa nem saber
29:49Genial, Dino
29:50Genial
29:50Boa lembrança
29:52Vai cuidar disso imediatamente
29:53Liga pro laboratório
29:54Taveira
29:57E se a Ana Luz e o Pepe forem inocentes?
30:01Hein?
30:02E se o tal bilhete e tudo mais que eles contaram for verdade?
30:04E aí?
30:05Ô Ernesto, acorda
30:06Tem um monte de prova contra a Maria Luz
30:08Tá na cara que é ela que matou o doutor Sócrates
30:11E se acredita mesmo que o povo do circo é inocente?
30:14Olha, pra mim
30:15Eles estão todos de olho na fortuna do Sócrates
30:17E acreditavam que depois que o Sócrates morresse
30:20A Maria ia aparecer
30:22Reclamar a herança
30:23Fazer o exame de DNA
30:25E eles iam ficar com dinheiro só pra eles
30:27Ou então eles foram vítimas de uma grande amadilha
30:30Ernesto, eu tenho que ter uma paciência com você de vez em quando
30:34Tá na cara que tem coisa fedendo nessa história
30:37Até cego ver
30:38Pô, Taveira
30:39Que a Maria Luz foi sequestrada, isso não há dúvida
30:42Mas aqueles dois artistas
30:44Donos de circo
30:45E sem nenhum antecedente, Taveira
30:46Que isso?
30:47Nenhum bandido tem antecedente
30:49Até ser descoberto pelos seus crimes
30:50Taveira
30:51Ó pra avisar que o resto do povinho lá do circo chegou aí pra depor
30:57Ótimo
30:57Eu vou interrogar um por um
30:59Lá na sala de interrogatórios
31:00Ô Maria, minha filha, que saudade
31:04Eu também, mãe
31:05Você ainda tá algemada, né Maria?
31:10É mãe, eles acham que eu sou muito perigosa
31:12Que isso, cara
31:14Que absurdo
31:15Carvalho, minha filha com uma fera correntada
31:18Qual foi o problema que você teve na cela, Maria?
31:21É, adoro ver o Carvalho
31:23Sofrendo muito aqui
31:25Olha a cara dela
31:26Você tá com uma cara, minha filha?
31:30Obrigada pelo casar aqui, mãe
31:31Tava com o frio, amor
31:32Eu não queria
31:35Preocupar vocês ainda mais
31:38Só que eu não posso deixar de falar
31:40É, não vai ter outro jeito, Maria
31:42Você precisa contar tudo pra gente
31:44Esse delegado Taveira me odeia
31:46Ele se engraçou pra cima de mim de novo
31:49O quê?
31:51Desgraçado
31:51Esse abuso de autoridade
31:53Nós temos que dar pática
31:54Quem que ele pensa que é?
31:55Isso não vai ficar assim, não
31:56Eu vou entrar com o processo na corrigedoria
31:58Nós vamos denunciar o delegado
32:00Não tem outro jeito, Maria
32:01Só assim esse canalha vai parar
32:03Policiais corruptos
32:05Abuso de autoridade
32:07São todos uns covardes
32:09Corrigedoria é aquilo que corrige, não é?
32:11É, é isso sim, Pepe
32:12É o órgão da polícia responsável por investigar
32:14Os crimes e os abusos cometidos pelos próprios policiais
32:18Esse delegado Taveira
32:19Ele não se conformou que levou um fora meu
32:22Acabou me colocando na mesma cela em que eu fiquei da outra vez
32:25Aquela outra vez, Carvalho, que eu tive problema com duas presas
32:28Machadona e a Coroa
32:30As outras presas, gente, eu nem sei o nome
32:32O que elas fizeram com você, minha filha?
32:35Não, nada não, mãe
32:37Elas tentaram me agredir
32:38E você se machucou?
32:40Não, pai
32:40Olha, gente
32:42Nem eu sabia que eu lutava tão bem
32:44Chegou a hora do acerto de conta
32:49Peraí, machucinho
32:57Pra que tudo isso?
32:59Pra você aprender a obedecer
33:00Aí, vamos mostrar pra essa mulherzinha quem é que manda aqui
33:04Acaba com ela!
33:09Agora eu vou te arrebentar, garota
33:31E aí
33:33A
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35:19A
35:20A
35:21Se você estiver dormindo.
35:26Graças a Deus eu consegui me defender.
35:28Graças a Deus, minha filha.
35:30Eu preciso sair daquela cela, Carvalho.
35:33Eu estou sem dormir a noite inteira.
35:35Eu estou virada porque elas ficam me ameaçando o tempo todo.
35:38A hora em que eu pregar os olhos, elas vão me pegar.
35:43Maria, a gente precisa tirar você daqui.
35:51Ai, ai, ai, esses crimes estão me deixando muito nervosa.
36:04É, uma situação muito estranha.
36:06Eu não estou conseguindo dormir.
36:08Eu fico tentando dormir a noite inteira e quando consigo, eu fico tendo pesadelo.
36:12Sabe, tem um poema chamado No Caminho com Mayakovsky.
36:15Que muita gente pensa que foi o poeta russo que escreveu.
36:17Mas, na verdade, quem escreveu foi um poeta brasileiro chamado Eduardo Alves da Costa.
36:22Que foi em homenagem ao Mayakovsky, entendeu?
36:25E como é que é o poema?
36:26Então, me fez lembrar um texto que parece muito com esse momento que a gente está vivendo agora, sabe?
36:31Que diz assim.
36:33Tu sabes melhor do que eu a velha história.
36:37Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
36:42E não dizemos nada.
36:44Na segunda noite, eles já não se escondem, pisam nas flores, matam nosso cão e não dizemos nada.
36:53Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na nossa casa, arranca-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta e já não podemos dizer nada.
37:10Nossa, que lindo isso, Cléo.
37:13E tem muito a ver com o que a gente está vivendo agora, né?
37:17Exatamente.
37:18É por isso que eu resolvi investigar, Rê.
37:21Você está certa, sabia?
37:23Você está certíssima.
37:24A gente não pode ficar aqui parada esperando tudo acontecer.
37:27Então, Rê, a gente tem que fazer alguma coisa.
37:29O tio Platão devia estar desesperado para fazer o que fez.
37:38Muito desesperado mesmo.
37:39O desespero não justifica a atitude do Platão.
37:42Até agora, nós conseguimos evitar que as notícias sobre os mutantes cheguem até a imprensa.
37:48Até agora, as coisas estão sob controle.
37:51Sob controle?
37:52Sob controle, Júlia?
37:54Só pode ser palhaçada.
37:56Sob controle?
37:56Dois assassinatos?
37:58Isso só pode ser uma brincadeira, né?
38:00Platão que se cuide.
38:03O coitado do Josias foi se meter onde não era chamado e...
38:07Olha só o que aconteceu com ele.
38:09Eu também.
38:09Estou muito preocupada com o meu marido.
38:11Mas o que eu posso fazer se o Platão não me atende?
38:14Ele não contou nada para você, tia irmã?
38:16Sobre a conversa que ele teve com o Josias aqui na empresa?
38:19Não.
38:20Não contou nada.
38:21Ele não atende o meu telefonema.
38:23A diz eu não falo com ele.
38:25Por que será, hein?
38:27Por que será, irmã?
38:29Será que é...
38:29Porque ele não está com medo de você, não?
38:31Não, idiota.
38:33Tia Irma, olha o nível.
38:35Naturalmente, o Platão não quer me falar nada para não me colocar em perigo.
38:40Engraçado.
38:40Isso foi o que ele disse para as minhas primas, para a Cleo e para a Regina.
38:44É, ele disse para mim também.
38:46O que é isso agora?
38:47Juntou o pai primitivo, o filho galinha e o Bambi?
38:53É um complô contra mim, é isso?
38:55Você não aguenta, né?
38:57Você não aguenta ficar calada sem baixar o nível, né, irmã?
39:00Olha aqui, escuta aqui.
39:01Eu vou te dizer uma coisa.
39:03Você limpa a sua boca quando você se referir aos meus filhos, tá legal?
39:07Sua mal amada.
39:08Sua mal amada é você.
39:09Eu não vou admitir que você fica lançando suspeitas sobre mim.
39:12Isso é falta de homem.
39:13Falta de homem, grosso.
39:15Irma, Aristóteles, por favor, o assunto é sério.
39:19Nós temos que nos concentrar.
39:22Acabei de perder meu marido.
39:23E vim aqui de luto porque o assunto é muito importante.
39:28Ninguém aqui quer que a progênese vá à falência.
39:31Nós vamos ter que trabalhar juntos para evitar que esse escândalo tome proporções que
39:38nos levem à ruína.
39:40Nós vamos ter que tomar providências imediatas.
39:52Se você ficar por aqui por perto, cara, a gente pode te ajudar.
39:55Ajudar?
39:56Mas como vocês vão me ajudar?
39:57Ah, te levando roupa, remédio, comida, opção de coisa.
40:03E onde eu vou ficar aqui?
40:05Ah, tem um barraco ali atrás da colina, abandonado.
40:08Tem muito tempo que ninguém vai lá.
40:09Acho que você podia ficar ali.
40:11Tá, me mostra.
40:12Vamos lá.
40:13Vamos lá.
40:13Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.
40:22Eu sou atroz, não sou feroz.
40:25Eu sou o caçador de mim.
40:31Preço a canções, entregue a paixões, que não já tiveram fim.
40:41Vou me encontrar onde tu me dá.
40:44Obrigada, querida.
40:45Eu...
40:47Eu fui despedida.
40:53Eu estou com muito medo.
40:59Medo de quê?
41:01Eu estou com medo de que faça alguma covardia comigo.
41:05Será?
41:06Olha, eu fico toda arrepiada só de pensar nessas coisas.
41:11Eu estou desconfiada que foi por isso que o doutor Sócrates Maier morreu.
41:16É agora, o doutor Josias.
41:23Eles querem esconder de todo mundo essa história dos cutantes.
41:28E você...
41:38Você está pensando em denunciar?
41:46Eu vou denunciar.
41:48Eu vou denunciar sim.
41:50Eu estou decidida.
41:52Mas é pela senhora, viu?
41:54Essa é minha filha.
41:55É essa mesmo.
41:56Eu passei uma cópia da ficha dos mutantes para o doutor Platão.
42:03A outra eu vou entregar para a imprensa amanhã.
42:05Essa senhora é muito corajosa.
42:08Meu medo é só um.
42:10Medo de quê, Théo?
42:12Depois que a imprensa souber disso,
42:15se descobrirem a Ágatha e o Aquiles,
42:19a gente também não vai ter mais o cego.
42:21Ana Rúdia, por favor.
42:26A senhora tira o nome dos meus filhos dessa lista que a senhora vai entregar para a imprensa.
42:31Tira.
42:32Se o senhor faz questão...
42:42Eu só passei aqui, Rosana.
42:49Porque eu achei que você tinha o direito de saber.
42:51Você não estava lá ontem na hora da minha briga com a doutora Júlia.
42:58Com a minha amiga.
43:05O meu plantão hoje é à noite.
43:08Eu vou ver como é que estão as coisas lá na clínica e qualquer novidade eu te ligo.
43:18Eu tenho que ir.
43:21Cafézinho, estava ótimo.
43:23Obrigada.
43:30Tchau, querida Zé.
43:31Vai com Deus.
43:49Obrigado, amiga.
43:50Obrigada.
44:01A chefeia me passou o endereço.
44:10É aqui que a tal da enfermeira mora.
44:13É só esperar ela chegar.
44:15Ou sair.
44:16Não sei se ela está em casa.
44:19Pior se essa mulher estiver dentro de casa,
44:21eu resolvi sair só amanhã.
44:23A gente vai esperar do mesmo jeito, Ramon.
44:26Saco.
44:26Não tem que esperar muito, não.
44:32Olha ali, ó.
44:33Está chegando.
44:37Prepara, Ramon, que vai ser agora.
44:39Espera aqui no carro.
44:56Deixa eu ver.
45:05Deixa eu ver.
45:05Deixa eu ver.
45:26Vamos nessa.
45:29Vamos, que ela está escapando.
45:30Vamos.
45:30Não vai muito longe, não.
45:47Estou vindo atrás de mim.
45:49Socorro.
45:52Eu tenho que avisar a polícia.
45:54Ai, meu Deus do céu, está sem bateria.
46:10Ai, meu Deus.
46:12Eu tenho que avisar a polícia.
46:42Acerta ela, Ramon.
46:43Vai.
46:45Ai, meu Deus do céu.
46:54Com licença, doutora Júlia.
46:56Eu preciso passar aquele comunicado
46:58para a imprensa que a senhora me pediu.
46:59Ah, é?
47:00Com licença.
47:01Que comunicado?
47:02A doutora Júlia pediu que informasse
47:04à imprensa
47:04que toda a diretoria da Progênese
47:07tem total confiança na polícia
47:08para resolver os casos
47:09do doutor Sócrates e do doutor Josias.
47:11Com licença.
47:17Eu vou ao banheiro e volto daqui a pouco.
47:18Dá licença.
47:19com saudades.
47:26Deixa de ser cínico, Rodrigo.
47:28Por quê?
47:28Estou dizendo a verdade.
47:29Você acha que eu vou esquecer
47:30o que aconteceu lá?
47:31Que você nem me defendeu
47:32daquela empregadinha
47:34e ainda por cima
47:34me deixou cair na piscina
47:35junto com ela?
47:36Eu tentei.
47:37Vocês estavam tão engalfinhadas.
47:39Ah, você deve ter adorado, né?
47:40Duas mulheres brigando
47:41por sua causa.
47:42Calma, Amália.
47:43Só que eu não gostei nem um pouco.
47:44E ainda por cima
47:45nem despediu a desclassificada.
47:46Continua trabalhando
47:47na sua casa, Rodrigo.
47:49Você tinha que ter tomado
47:49uma providência.
47:50Mas eu tentei.
47:51Só que isso não depende
47:52só de mim.
47:53Amália, quem decide as coisas
47:54lá em casa é o meu pai
47:55ou a tia Irma.
47:56É verdade.
47:57E eles gostam da Célia.
47:59Ela já é da casa.
48:00É uma pessoa de confiança.
48:01Você sabe que hoje em dia
48:02é difícil arrumar alguém
48:03de confiança.
48:04Amália, a Célia já conhece
48:06a casa.
48:07E tem coisas de valor
48:08lá dentro.
48:09Entende?
48:10Pois eu acho uma afronta.
48:12Mas aquela empregadinha
48:13vai ter o que merece.
48:14Amália.
48:17Aquela secretariazinha
48:18metida, arrogante.
48:20Ela bem que tentou
48:21fazer a dona Irma
48:22me despedir,
48:23mas se ferrou.
48:24Bem feito.
48:25Eu tô achando
48:26que qualquer hora dessa
48:27quem vai ser despedido
48:28sou eu, manja.
48:30O que é isso?
48:31Por quê?
48:32Ué, por quê?
48:33Doutor Ari tem carro.
48:34Dona Irma tem carro.
48:35Ó, louco.
48:36Todo mundo tem carro
48:37nessa casa.
48:38Doutor Sócrates, não.
48:39Ele não gostava de dirigir.
48:40Mas agora, ô,
48:41ninguém me chama pra nada.
48:43Ah, Batista,
48:44também não é assim, vai.
48:45Você tá exagerando.
48:47Você faz as compras,
48:48você ajuda com a manutenção.
48:50É mó quebra galho
48:51nessa casa.
48:52Olha, você troca a lâmpada,
48:54conserta a tomada.
48:55Tem tanta coisa
48:56pra fazer aqui.
48:57É verdade.
48:58Tem trampo demais
48:59e empregado de menos, meu irmão.
49:01Então.
49:03Relaxa.
49:04Ninguém vai mandar você embora.
49:06É, eu preciso de uma folga.
49:08Eu tô achando que eu vou visitar
49:08o meu primo Guiga,
49:09aquele que eu te falei
49:10que mora lá no litoral,
49:11perto do Guarujá.
49:12Numa casa animal, meu.
49:14Na beira de um penhasco
49:15mó visual.
49:17Ele cultiva flor
49:18e vende pro mercado.
49:19Você precisa conhecer,
49:21Celinha.
49:21Onde é que foi parar
49:24essa menina, meu pai?
49:25Olha, eu realmente
49:26tenho que ir embora.
49:28Eu já tô atrasada.
49:29Provavelmente ela tá
49:29por aqui, por perto,
49:30escondida.
49:31Se você ficar muito preocupado,
49:33chama a polícia, dá parte.
49:34Não, não, eu tenho medo.
49:35Eu não quero nada com a polícia.
49:36Mas, Guiga, hoje em dia,
49:37com as leis,
49:37a polícia é obrigada
49:38a abrir inquérito
49:38e começar a investigar na hora.
49:40Eu já tenho medo.
49:40Eu tenho medo
49:41que ela se machuque
49:41fugindo da polícia.
49:42Eu não quero nada com a polícia.
49:44Sabe a impressão que você me dá?
49:45Você passou a vida inteira
49:46tentando proteger as suas filhas,
49:47de tudo.
49:48Mas o que você tá pensando?
49:49Eu criei essas meninas sozinha.
49:50Você não percebeu ainda?
49:51Ele é pai e mãe
49:52ao mesmo tempo.
49:55Sem desculpa
49:56eu não pudei te ajudar a procurar.
49:57Meus alunos estão esperando.
49:59Tudo bem.
50:00Você foi muito gentil.
50:01Desculpe qualquer coisa
50:02que eu tô muito preocupado.
50:03Eu volto pra te ajudar mais tarde.
50:04Obrigado.
50:05Vamos, Clarinha?
50:07Eu acho que eu não quero ir não,
50:08Tia Érica.
50:08Eu quero ficar aqui
50:09ajudando o papai
50:09a procurar o Anjinho.
50:10Eu sei, meu amor,
50:11mas olha só.
50:12Vai pra escola,
50:13acompanha a professora,
50:14teu pai vai ficar aqui
50:14esperando tua irmã.
50:15Não vai acontecer nada.
50:16Nada.
50:18Então tá,
50:18eu vou ficar rezando
50:19pra que você encontre o Anjinho.
50:21Tá hora.
50:21Vamos, Tia Érica.
50:22Vamos, então.
50:33Eu queria deixar minhas asas crescerem,
50:36Julietinha.
50:38Quase toda noite
50:39eu sonho que eu tô voando.
50:42Sabe o que eu acho
50:43que todo mundo ia querer voar
50:45se pudesse?
50:48Mas meu pai não deixou
50:49minhas asas crescerem.
50:55Que barulho é esse?
50:56O que é isso?
51:05O que é isso?
51:26Lá vem a força,
51:36lá vem a magia
51:38Que me incendeia
51:39o corpo de alegria
51:41Lá vem a santa
51:43maldita euforia
51:45Que me alucina
51:47me jogue
51:48Noé,
51:49fica frio, hein, cara?
51:51Quanto mais calmo você
51:52fica melhor.
51:53Será que vai entrar
51:54um de cada vez, né?
51:55Provavelmente, Noé.
51:56O depoimento na delegacia
51:57deve ser.
51:59Não suporto esse delegado.
52:01A gente tá demorando, né?
52:03Noé,
52:04ainda bem que esse delegado
52:05não chamou a Juanita
52:07pra depor, cara.
52:07Já pensou?
52:08Rude, quanto a isso, cara,
52:09pode ficar tranquilo
52:10porque eu dei uma prensa
52:11na minha irmã
52:11e ela não vai falar nada,
52:12eu te garanto.
52:13Tomara.
52:15Eu queria ter essa certeza
52:16também, Fernando.
52:22Boa tarde a todos.
52:24Gustavo Gama,
52:25primeiro, por favor.
52:27Quero me acompanhar.
52:45Onde é que você tava
52:46na noite do crime
52:47entre meia-noite
52:48e cinco da manhã?
52:50Eu estava na minha casa,
52:53dormindo.
52:54Alguém mais
52:55tava lá?
52:56Tava minha mãe,
52:58tava meu irmão.
53:00E a tua casa
53:00fica dentro do circo,
53:02não fica?
53:03Não,
53:03antigamente
53:04a família inteira
53:05viajava com o circo.
53:06Hoje em dia
53:07só eu que vou junto.
53:08Minha mãe tem uma tendinha,
53:09vem uma tendinha
53:10ali no Paris,
53:11que é da Marginal.
53:13Troca circo,
53:14vem circo,
53:14sai circo,
53:15a barraquinha
53:15continua lá,
53:16no mesmo lugar.
53:16O circo do Dom Pepe,
53:18o nosso circo,
53:20ele tá aqui em São Paulo
53:20já tem um tempo,
53:21sabe, doutor?
53:22Mas a gente não sabe
53:23quanto tempo mais
53:23ele vai ficar.
53:25A situação tá difícil
53:26pro circo.
53:26Espera,
53:27só um minuto,
53:27por favor.
53:28Anotou isso?
53:29A situação tá difícil
53:30pro circo.
53:33Muito bem,
53:34pode continuar.
53:34Tava falando
53:35da tua mãe.
53:36A minha mãe?
53:37Ela vende churros,
53:39pipoca,
53:40algodão doce,
53:41essas coisas que engordam.
53:42Eu não tô interessado
53:43no que tua mãe vende,
53:44rapaz.
53:45Se liga.
53:45Doutor, assim,
53:47eu tô falando com educação
53:48com o senhor.
53:49É assim que eu acho
53:50que eu mereço ser tratado
53:50também, certo?
53:52Só não fica de conversa
53:53mole pra cima de mim.
53:55Olha aqui, ó.
53:55Conheço pessoal de imprensa,
53:57conheço advogados,
53:58conheço meus direitos, tá?
54:00Se o senhor vier com
54:01abuso de autoridade pra mim,
54:02vai ficar pior pro senhor.
54:04Se eu encontrar
54:05qualquer indício
54:06de que você ajudou
54:07a Maria nos crimes,
54:08você tá ferrado.
54:09Doutor,
54:10se eu fico insistindo nisso,
54:12a festa lá
54:12que o doutor Sócrates
54:13morreu,
54:14eu não fui nessa festa,
54:15não, não tava lá.
54:16Pode procurar.
54:17Você não vai achar
54:17nada contra mim, nada.
54:20Pode ir.
54:23Bom, já que eu tô aqui,
54:25eu queria fazer
54:25uma visita pra Maria.
54:27Ainda tá no horário?
54:29Tá, tá sim.
54:30Eu levo você lá.
54:31Por favor.
54:32Dino,
54:33manda entrar o próximo.
54:36comigo, doutor.
54:57Boa tarde.
54:59Você,
55:00eu conheço você
55:01de algum lugar.
55:12Sabe você
55:14o que é o amor?
55:16Não sabe,
55:18eu sei.
55:19Sabe o que é
55:20um trovador?
55:21Não sabe,
55:24eu sei.
55:25a você
55:28não sabe, não.
55:31ou não sabe,
55:32não sabe.
55:32Eu sei que você
55:34que você
55:34não sabe,
55:35você
55:35não sabe,
55:35não sabe.
55:36Se inscreva no canal.

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