Renovação da arbitragem: intercâmbio entre venezuelano e brasileiros no PRAB

  • há 6 anos
Na terceira turma do Projeto de Renovação da Arbitragem Brasileira (PRAB) da CBF, os participantes estão indo além das aulas teóricas e práticas sobre o treinamento para árbitros e assistentes. Com um venezuelano no grupo, os 20 jovens alunos estão trocando conhecimento da língua espanhola – algo fundamental para quem almeja chegar ao quadro da FIFA.

– É muito bom fazer esse intercâmbio com ele aqui, porque o Brasil é o único país da América do Sul que não fala espanhol. A gente precisa ter um domínio do espanhol, e até da língua inglesa, porque a regra vem escrita nesses idiomas. Conversamos muito sobre situação de jogo. Por exemplo, cartão amarelo que é “tarjeta amarilla”, o vermelho que é “tarjeta roja”, “saque de meta”, “saque de banda”, “saque de esquina”, “fuera de juego”. Então vamos aprendendo essas palavras para ir tentando se comunicar. E, ao mesmo tempo que estou aprendendo um pouco de espanhol com ele, ele também está aprendendo o português comigo. Então existe essa troca, essa via de mão dupla – destacou o árbitro Adriano Carneiro, do Ceará.

Já apitando jogos profissionais na Venezuela, Freddy Fernandez estava de férias em Manaus quando recebeu uma proposta de trabalho e decidiu permanecer no Brasil. De lá para cá, são três anos ao lado dos cidadãos manauaras e dois como árbitro filiado à Federação Amazonense de Futebol. Durante esse período do PRAB, o jovem de 24 anos tem o prazer de ajudar os companheiros com a língua espanhola, mas aproveita também para aperfeiçoar o português.

–Tenho colegas que ficam 1h ou 2h da manhã querendo que eu ensine a falar espanhol. E aí, com sono, escuto: “como falo isso aqui? Você tem que ensinar o espanhol para a gente. Bora venezuelano”. É difícil (risos). Falamos muito dos termos na regra de jogo. Com dedicação vamos aprendendo pouco a pouco. Estou aprendendo também o português, que é um pouco mais difícil para mim. Imagina 17 regras de jogo, em português, que é um idioma novo, que você jamais pensou que ia falar? Agora tenho a oportunidade de aprender. É algo muito bom – revelou Freddy.

Um dos companheiros que não deixa Freddy dormir é o árbitro Samuel Santos, do Amapá. Aos 27 anos, ele reconhece a importância do domínio de outra língua para a carreira.

– Conversamos muito e faço o portunhol com ele. A gente tem um teste protocolar que é em espanhol. E geralmente eu corria atrasado cerca de dois ou três segundos, porque não entendia o que estava escutando. Agora entendo rapidamente quando escuto “la prueba comenzará em treinta segundos”. No quarto quando ele quer dormir, eu fico pedindo para ele me ensinar (risos). Temos que aproveitar ao máximo e não desperdiçar essa oportunidade. Trocamos telefone e ele disse que posso mandar qualquer dúvida que ele irá responder – afirmou o companheiro de quarto do venezuelano.

O período de aprendizagem e troca de experiência entre os 20 novos árbitros e assistentes segue até o dia 10 de agosto, no Resort Oscar Inn, em Águas de Lindóia (SP). Os participantes foram indicados pelas Comissões de Arbitragem das seguintes federações: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba e Tocantins.

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