Madrid avança para a suspensão da autonomia da Catalunha

  • há 7 anos
O governo espanhol prepara-se para suspender temporariamente a autonomia da Catalunha com vista a eleições antecipadas no território. Um conselho de ministros extraordinário discutiu esta manhã um documento no qual se acusa o governo da região autonómica de “atentar contra o interesse geral do estado” e de manter uma “desobediência rebelde, sistemática e consciente” contra o governo central.

Entre as medidas que vão ser anunciadas esta tarde pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy e votadas no senado até ao final do mês, encontra-se a tomada de controlo da polícia, sistemas informáticos e canais públicos regionais.

O gesto com que Madrid põe termo à corrida independentista iniciada com o referendo de 1 de Outubro, conta com o apoio da oposição socialista e do partido centrista Ciudadanos.

“O objetivo destas medidas é o regresso à legalidade pois não pode continuar a existir uma porção do país onde a lei não é aplicada, onde é inexistente. E ao mesmo tempo precisamos de regressar à normalidade institucional”, declarou ontem Rajoy.

A União Europeia e o rei de Espanha tinham ontem apoiado as medidas duras contra o executivo regional. O monarca espanhol denunciou o que considera ser uma “tentativa de secessão”, quando Bruxelas reafirmou que não reconhecerá uma Catalunha independente.

“Espanha precisa de lidar com uma secessão inaceitável no seu território nacional, que será resolvida através das suas instituições legítimas e democráticas, no respeito da constituição e dos valores e princípios da democracia parlamentar sob a qual vivemos há 39 anos”, declarou o monarca, durante a entrega dos prémios anuais príncipes das Astúrias.

Do outro lado da “barricada”, o governo catalão ameaça declarar a independência caso Madrid avance com uma suspensão da autonomia. Uma manifestação agendada para esta tarde deverá voltar a reunir milhares de pessoas em Barcelona, contra a detenção dos líderes das duas principais associações independentistas, acusados de sedição, no início da semana. O ministério público espanhol prepara, entretanto, uma acusação por rebelião contra Carles Puigdemont, caso decida avançar com a declaração de independência.

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