Pablo Neruda não morreu com um cancro

  • há 7 anos
Um grupo de 16 peritos internacionais, mandatado pela Justiça chilena, anunciou que a morte do prémio Nobel da literatura, Pablo Neruda, pouco depois do golpe de Estado levado a cabo por Pinochet em 1973, não ficou a dever-se a um cancro, como consta na sua certidão de óbito.

Neruda morreu numa clínica de Santiago, aos 69 anos, alegadamente por causa de um cancro na próstata.

Segundo declarações de um dos peritos, no entanto, a única certeza que o grupo tem é a de que a certidão não corresponde à realidade da morte de Neruda.

A investigação, pedida pelo Governo chileno, tem como objetivo saber se a morte de Neruda poderá ser imputada à ditadura de Augusto Pinochet.

Uma morte que continua por resolver-se

Os especialistas são originários de países como o Canadá, a Dinamarca, os EUA, a Espanha e o Chile. O grupo não foi capaz, no entanto, de determinar a verdadeira causa da morte de Pablo Neruda.

O grupo descobriu uma bactéria não relacionada com o cancro, bactéria estudada em laboratórios canadianos e dinamarqueses e que poderia explicar melhor o mistério da morte de Neruda.

Para a família do escritor, este terá sido vítima de um envenenamento, levado a cabo por agentes do regime de Pinochet, que dirigiu com mão-de-ferro a República do Chile, entre 1973 e 1990.

Uma “misteriosa injeção

Em 2011, um antigo motorista de Neruda, Manuel Araya, que foi também seu assistente pessoal, defendeu que a morte do escritor estaria ligada a uma estranha injeção que teria recebido antes de partir para o México, onde tinha a intenção de instalar-se para desenvolver atividades de oposição ao General Pinochet.

Em 2014, uma equipa de investigadores espanhóis disse ter encontrado a presença de bactérias que poderiam estar relacionadas com o assassinato por agentes da ditadura chilena.

Com AFP

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