Suécia militariza Gotlândia com os olhos postos na Rússia

  • há 7 anos
Um grupo de soldados faz um treino de rotina numa floresta da Gotlândia, a maior das ilhas da Suécia. A base militar situa-se no continente. Estes exercícios estendem-se por alguns meses apenas e servem como preparação para o reforço das tropas destacadas aqui. Em breve, haverá cerca de 300 militares mobilizados de forma permanente na Gotlândia. Há preparativos, aliás, em todo o país para um eventual conflito que não tem nome, embora o espetro da Rússia esteja sempre presente.

“Esta mobilização explica-se pelo contexto instável que se vive no Báltico. Há cada vez mais exercícios militares nesta região. A Suécia está a reforçar a sua capacidade militar e a Gotlândia é uma parte importante desse processo”, explica-nos o comandante Mattias Ardin.

Esta ilha de 57 mil habitantes ocupa uma posição estratégica, em pleno mar Báltico, face a vários países e ao enclave russo de Kaliningrado. O cenário de uma ofensiva por parte de Moscovo é considerado altamente improvável. Mas os responsáveis militares suecos querem estar preparados para qualquer eventualidade.

#Gotland. L‘équilibre de la #Baltique menacé par la #Russie ? #Suède #Otan par CamilleStrub : https://t.co/GaZbORQ1Km— Regard sur l'Est (RegardsurlEst) 19 de maio de 2016

“Temos mísseis de defesa antiaérea. As companhias contam com 4 unidades cada uma, com uma capacidade de alcance que cobre toda a área da Gotlândia. Podemos enfrentar qualquer tipo de ameaça. Mas é verdade que isso é cada vez mais difícil, dada a diversidade de armamento e tecnologias que existe hoje em dia. O míssil Iskander, por exemplo, pode atingir a Gotlândia se for disparado de Kaliningrado”, afirma o sargento-mor Henrik Wulff.

“Neste momento, ainda não tenho receio”

Estocolmo aumentou os gastos no setor militar e fechou recentemente um acordo com a NATO, da qual não faz parte, que prevê a mobilização das tropas da Aliança Atlântica para esta ilha em caso de necessidade.

Will Gotland join NATO before (the rest of) Sweden does? https://t.co/a3UvlbESD9— Edward Lucas (@edwardlucas) 20 de abril de 2017

No próximo mês de setembro, a Gotlândia vai acolher cerca de 20 mil soldados para exercícios militares, aos quais se vão juntar tropas dos Estados Unidos, França, Noruega, Dinamarca e Estónia. Nada que impressione muito Moscovo, que por sua vez conta organizar simulações na Bielorrússia e em Kaliningrado com mais de 100 mil soldados.

Durante décadas a Gotlândia foi um ponto nevrálgico na defesa sueca. Em 2005, Estocolmo decidiu desmilitarizá-la, face à evolução do contexto da segurança. As recentes reviravoltas geopolíticas voltaram a motivar a presença de soldados na ilha. Nada que pareça perturbar os habitantes locais.

“Acho que é positivo que restabeleçam a capacidade militar aqui da ilha. Não que considere que haja uma ameaça iminente por parte da Rússia. Não acredito que aconteça, não há razão para isso. Mas se acontecer alguma coisa noutra parte do mundo, pode haver um efeito de ‘bola de neve’ que nos

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