Calais: França distribui menores desacompanhados por centros de acolhimento

  • há 8 anos
O Governo francês começou, esta quarta-feira, a retirar os cerca de 1500 menores desacompanhados, que ainda estavam em contentores em Calais, e a encaminhá-los para centros de acolhimento e processamento, espalhados pelo país.

France to begin moving migrant minors from Calais on Wednesday: officials https://t.co/5e9FRjIWem— Reuters Top News (@Reuters) November 1, 2016


O assunto tem provocado tensão entre Londres e Paris. A maior parte destes jovens afirma ter família a viver no Reino Unido e diz não querer ficar em França.

“As forças de segurança francesas, a polícia, vieram e disseram-nos: ‘Peguem nas vossas mochilas, nas vossas roupas e vão para o autocarro”. Mas nós não queremos ir. Queremos ir para a Inglaterra. Não queremos ficar em França”, afirma um dos menores.

Até ao momento, segundo o Governo gaulês, 274 menores desacompanhados atravessaram o Canal da Mancha, rumo ao Reino Unido.

Segundo as organizações humanitárias de Calais, grande parte destes jovens tem entre 13 e 17 anos e são provenientes do Afeganistão, do Sudão e da Eritreia.

O Governo francês afirma que os menores têm de ser encaminhados para os centros de acolhimento pois mesmo que fujam, não podem vaguear pelo país.

“Não podemos deixar os menores desacompanhados a vaguearem pelas ruas sem proteção. Por isso, quando fugirem, por falta de informação ou apenas por medo – têm de compreender que são pessoas vulneráveis. Temos de fazer tudo para os levar de volta para os centros de processamento. Fazemos isso com método e humanidade para que possamos explicar-lhes o que vai acontecer a seguir”, explica o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

As autoridades de Paris esperam conseguir distribuir todos os jovens por centros de acolhimentos, até ao final desta quarta-feira.

#France – Last shelters destroyed at 'Jungle' migrant camp in Calais. By Denis Charlet #AFP pic.twitter.com/M7mTDU3Ia5— AFP Photo Department (@AFPphoto) November 2, 2016


A “Selva”, como era conhecido o acampamento de Calais, por causa das péssimas condições em que viviam os migrantes, chegou a albergar mais de seis mil pessoas e começou a ser desmantelada a 24 de outubro.

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