RD Congo: oposição fala em mais de 50 mortos em protesto anti-Presidente Kabila

  • há 8 anos
Pelo menos 17 mortos — 14 civis e três polícias — é o balanço oficial do Ministério do Interior da República Democrática do Congo, na sequência dos violentos confrontos em que degenerou mais um protesto contra a eventual continuidade no poder do Presidente Joseph Kabila.

Por outro lado, um elemento da associação congolesa para o acesso à Justiça fala em pelo menos 25 manifestantes mortos a tiro pela polícia e um grupo da oposição ao governo, o “Rassemblement” (Reunião), garante que terão morrido mais de 50 pessoas, apelando ao povo para voltar às ruas já esta terça-feira e manter a pressão sobre o ainda chefe de Estado.

#RDC: Le Rassemblement appelle à poursuivre les manifestations mardi 20 septembre. – https://t.co/oPCeGE3DO0 #DRC pic.twitter.com/Ivo22UcgMk— The Voice Of Congo (@VoiceOfCongo) 19 de setembro de 2016


Joseph Kabila está na presidência da RD do Congo desde 2001 e, pela Constituição do país, não poderá manter-se no poder no final do presente mandato, que termina a 20 de dezembro. Em meados de maio, o Tribunal Constitucional emitiu uma autorização para que Joseph Kabila se mantivesse no poder caso as presidenciais não fossem organizadas até ao termo do seu mandato.

As eleições ainda não foram marcadas e cresce o receio de que já não serão realizadas este ano. O “Rassemblement” convocou uma manifestação para esta segunda-feira contra a eventual continuidade de Kabila no poder para lá do fim do mandato e os protestos degeneram em confrontos violentos com as autoridades.

Congolese protesters outside the #DRC embassy in #pretoria #Rdc #congo pic.twitter.com/qqXCS9h5R8— Jean Kabese (@JeanKBC) 19 de setembro de 2016


Os Estados Unidos, a França e as Nações Unidas já condenaram a escalada de violência na RD Congo. Washington e Paris criticaram a não marcação das eleições presidenciais, como manda a Constituição congolesa. Os Estados Unidos ameaçam ainda agravar as sanções contra os responsáveis congoleses que promovam a violência e a repressão da oposição.

Em comunicado, o secetário-geral da ONU, Ban Ki Moon, apelou à calma das forças de segurança e pediu aos líderes políticos do país para resolverem de forma pacífica os diferendos que mantém, em linha com a Resolução 2277 do Conselho de Segurança.

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