Ucrânia: Tropas ucranianas e separatistas começam a retirar artilharia pesada

  • há 10 anos
Mesmo havendo combates esporádicos, os líderes políticos e a população garantem que começa a crescer um verdadeiro espírito de cessar-fogo no leste da Ucrânia.
Um passo importante nesse sentido foi dado com a retirada do armamento pesado de uma zona de fronteira. Esta terça-feira, os separatistas pró-russos anunciaram que começara a retirar a artilharia pesada dos setores onde o exército ucraniano também já não tem armas pesadas.

Retirando gradualmente dos canhões, os combatentes abrem caminho para a criação de uma zona chamada tampão de 30 quilómetros de largura, ao longo da linha da frente. Essa zona tampão faz parte do memorando assinado entre Kiev e os separatistas, há três dias em Minsk, na presença de representantes russos e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Um acordo de nove pontos que tem o objetivo de consolidar o cessar-fogo assinado na capital da Bielorrússia a 5 de setembro.

O próprio presidente ucraniano reconheceu que a solução para a crise não pode ser apenas militar. Petro Poroshenko sublinha “que é impossível vencer a guerra em cidades como Luhansk e Donetsk usando apenas meios militares. Quanto mais enviar-mos batalhões do exército ucraniano para lá, mais tropas russas vão chegar.”

Mas ainda é muito difícil prever quando se chegará a um cessar fogo absoluto, como explica Andredi Purgin, vice-primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk: “um cessar-fogo completo, com retirada de veículos, de forças militares, deve acontecer dentro de pouco tempo. Mas não consigo avançar uma data concreta. Existem várias nuances e problemas militares que foram tratados de muito forma rápida.”

Entre os pontos mais difíceis está o aeroporto de Donetsk, que está em parte controlado pelas forças ucranianas e que tem sido motivo de combates diários.

Além disso, existe a questão crucial do futuro estatuto das regiões de Donetsk e Luhansk, que ainda está em suspenso e promete negociações difíceis. Os separatistas até agora ignoraram as propostas de Kiev com vista a uma maior autonomia.

Para as populações locais, o tempo é escasso. Todos esperam que as armas se calem depois de 5 meses de conflito e quase 3 mil mortos.

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